Pesquisadores descobrem rãzinha de bromélia na Pedra do Garrafão
Espécie pertence ao gênero de anfíbios que vivem dentro de bromélias na Mata Atlântica.
Pesquisadores descobriram uma rãzinha de bromélia na Pedra do Garrafão, em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo. A espécie possui apenas 15 milímetros de comprimento. Eles a batizaram de rãzinha-de-bromélia-do-Garrafão (Crossodactylodes teixeirai), pois ela é restrita a afloramentos rochosos da Mata Atlântica.
A descoberta é de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) e Universidade Estadual Paulista (Unesp). Eles viram rãzinha de bromélia na Pedra do Garrafão primeira vez em 2015. Após oito anos de pesquisas, análises genéticas e morfológicas, a espécie foi catalogada no Journal of Herpetology.
Seu nome científico homenageia o herpetólogo capixaba Rogério Luiz Teixeira, tendo em vista os estudos do pesquisdador sobre a associação entre anfíbios e bromélias. As rãs do gênero Crossodactylodes são conhecidas pelo hábito de viver em bromélias. Ao todo, são seis espécies que se distribuem pelo Sudeste e Nordeste do Brasil.
Na época reprodutiva, as fêmeas depositam os ovos e cuidam dos girinos, junto dos machos, dentro das bromélias, que armazenam água da chuva. Essa colaboração parental é uma característica diferente da maioria dos anfíbios.
A rãzinha vive entre 1.212 e 1.374 metros de altitude, uma vez que é restrita à região de Santa Maria de Jetibá. Sua distribuição exclusiva ressalta, afinal, a fragilidade do ambiente em que habita e a importância da proteção desse ecossistema.
Conservação local
Leia+ Sapo leva o nome de “cuca” em homenagem ao folclore brasileiroRodrigo Ferreira, principal autor do estudo, acredita que transformar Pedra do Garrafão em unidade de conservação é fundamental para a conservação da biodiversidade local, visto que assim os ambientes estarão protegidos.
“Essa descoberta pode influenciar na adoção de políticas públicas, sendo a principal delas meios de preservação da região. É uma região importante por ter elevada biodiversidade e contribuir com diversos serviços ecossistêmicos para a população, como polinizadores, ecoturismo e água potável”, ressalta o pesquisador.