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Bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca

Grupo é o segundo a ser reintroduzido após 200 anos do desaparecimento da espécie na região

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Bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca
Crédito da imagem: Marcelo Rheingantz

O ano começou com novidade na Mata Atlântica carioca: sete bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. O trabalho, conduzido pelo projeto Refauna, visa devolver o primata às matas da Tijuca. O bugio ficou cerca de 200 anos desaparecido na região, até que o primeiro casal foi reintroduzido, em 2015.

Esse casal se reproduziu e originou a população atual, de oito primatas. A média de natalidade foi de um filhote por ano, o que é bastante satisfatório, já que supera índices de outras áreas naturais. A família existente se junta aos novos moradores, prontos para aumentar a população da espécie.

O novo grupo é composto por um macho e seis fêmeas, com idade entre 8 meses e 15 anos. Trata-se da primeira leva de bugios liberados após a vacinação contra a febre amarela. A epidemia reduziu dastricamente os indivíduos da espécie em 2017.

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A reintrodução dos bugios não só contribuirá com o aumento populacional da espécie, como também ajudará na dispersão de sementes. O primata é responsável por dispersar sementes de árvores importantes para a conservação da biodiversidade. Por isso, o trabalho é visto como uma contribuição direta para a proteção do bioma, severamente ameaçado.

Além do bugio, o projeto Refauna já reintroduziu com sucesso a cutia e o jabuti-tinga.

Bugios

Os bugios são primatas da família Alouatta com a maior distribuição geográfica da região neotropical. Eles ocorrem desde o México até a Argentina. No entanto, isso não significa que não estejam ameaçados. O bugio-marrom, por exemplo, está entre os 25 primatas mais ameaçados no mundo.

O bugio-marrom é uma das dez espécies de bugio existente no Brasil. Ele sofre diretamente com a urbanização e com as atividades industriais em seu habitat. Além disso, muitos bugios morreram durante os surtos de febre amarela, por causa do entendimento equivocado de que eles transmitem a doença para humanos.