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Em ofício entregue ontem Amda solicita à Marina Silva atualização de estudos ambientais de barragens no rio Jequitaí

Barragens foram anunciadas pelo ministro Alexandre Silveira

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No dia 2 de abril, durante entrega do 14° Prêmio Hugo Werneck de Meio Ambiente e Sustentabilidade, promovido pelo jornalista Hiram Firmino, a superintendente da Amda, Maria Dalce Ricas, entregou carta à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no qual expressa preocupações sobre os impactos ambientais das barragens anunciadas.

Para Dalce Ricas, a história é conhecida: “As questões ambientais são relegadas ao último plano e raramente a verba destinada à construção das barragens inclui recursos suficientes para minimizar impactos ambientais. O governo usa o apelo social, mas não esclarece à sociedade que os impactos ambientais podem ser gigantescos. A barragem de Belo Monte, na Amazônia, é um dos grandes crimes sócio/ambiental do século, promovido pelo governo federal”.

O projeto no Jequitaí foi anunciado no dia primeiro de março pelo Ministro das Minas e Energia, e tem como foco construção de duas barragens no rio Jequitaí, afluente do Velho Chico.  A área alagada prevista é de 9.000 hectares, sem contar abertura de estradas, construção de alojamentos, estacionamentos e outros. A entidade lembra que uma das primeiras consequências de grandes projetos é atrair novas populações, o que implica em expansão urbana sem controle das cidades envolvidas, aumento de incêndios, desmatamento, atropelamento, tráfico e caça de animais silvestres.

Os estudos ambientais que fundamentaram a licença concedida à Codevasf pelo governo de Minas em 2012, estão completamente defasados. Diante deste quadro, a Amda solicitou interferência da Ministra para que sejam atualizados, incluindo criação de uma grande unidade de conservação federal regularizada e estruturada na região.

“É o que vai sobrar do Cerrado e de manchas de Mata Atlântica. Pelo menos, os animais silvestres que sobreviverem terão onde morar”, finaliza Dalce.