Morre aos 47 anos a orca mais solitária do mundo
A história de Kiska, conhecida como a orca mais solitária do mundo, se assemelha a de milhões de animais que vivem em cativeiro. Capturada em 1979, quando tinha apenas dois anos, ela passou quatro décadas em um parque temático na província de Ontário, no Canadá, até morrer na solidão em consequência de uma infecção bacteriana.
Nos últimos 12 anos, Kiska viveu completamente sozinha, depois que seu último companheiro morreu. Viver aprisionada afetou suas condições físicas e psicológicas, por isso era frequentemente vista se debatendo contra seu próprio tanque. Ao longo de sua vida, a orca deu à luz a cinco filhotes, que morreram antes de completarem sete anos.
Kiska foi a última orca de cativeiro do Canadá, já que em 2019 o país proibiu que baleias, botos e golfinhos fossem mantidos em cativeiro. Como a legislação não abrangia animais que já viviam nessa condição, Kiska continuou presa até o dia de sua morte.
Ativistas e organizações defensoras dos animais, como Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) e Animal Justice, lutavam para que Kiska tivesse uma vida natural e saudável. A ideia era que ela fosse levada para um santuário de baleias, já que não sobreviveria em mar aberto, mas a orca morreu antes de conhecer a liberdade.
Silvestre não é pet
Diferente de cães, gatos e outros animais que dependem de assistência humana, animais silvestres não passaram pelo processo de domesticação, que leva milhares de anos. Mesmo os que nasceram em cativeiro continuam sendo animais selvagens, pois ainda mantém suas características naturais.
Tirar um animal de seu habitat natural para gerar entretenimento ou transformá-lo em bicho de estimação é uma prática cruel. Mesmo que legalizada, a criação em cativeiro aumenta a demanda por animais selvagens, colocando em risco as populações de vida livre.
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