Igam realiza 1ª Oficina do Plano Mineiro de Segurança Hídrica
No dia de nove maio de 2023 a Amda, representada Ravi Mariano, engenheiro florestal e doutor em ciências florestais participou da 1ª Oficina do Plano Mineiro de Segurança Hídrica, promovida pelo Igam. O evento teve como objetivo discutir com as partes interessadas os aspectos relacionados à seleção de áreas prioritárias para implementação do Plano.
O representante da Amda ressaltou a importância de se considerar como áreas prioritárias as áreas de preservação permanente (APP) de rios que estão com o fluxo de água bastante reduzido, incluindo rios perenes que estão se tornando intermitentes e destaque à importância de se priorizar proteção de áreas fundamentais à manutenção das Veredas, sobretudo aquelas que estão com o fluxo de água diminuído pela ação humana.
A produção de água pelas Veredas não depende apenas do uso do solo em seu entorno imediato, mas também de suas zonas de recarga. As Veredas são fundamentais para manutenção de importantes rios do Cerrado mineiro, como o São Francisco, Paracatu e Carinhanha, e essenciais ao abastecimento de comunidades tradicionais.
Ravi, apontou também a necessidade de se considerar como prioritárias as áreas com maior vulnerabilidade às mudanças climáticas, sobretudo àquelas associadas a diminuição das chuvas e aumento dos períodos de seca, e a necessidade de priorização de áreas essenciais para a manutenção de ecossistemas importantes que estão ameaçados devido ao uso do solo em suas cabeceiras e áreas de recarga. Esse é o caso do Pantanal Mineiro na foz do Rio Pandeiros, no norte do Estado.”
Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, ouvir a sociedade é fundamental, desde que suas propostas sejam consideradas. “Na verdade, sabemos há muito tempo o que deve ser feito. O problema é que o Estado não tem controle e também não quer ter, de atividades prejudiciais à proteção da água. Se queremos segurança hídrica, a primeira medida e paralisar o desmatamento. Recuperar ambientes naturais indispensáveis à proteção de aquíferos, tratar esgoto e lixo são também medidas indispensáveis”, diz.
Dalce lembra ainda, que projetos como o Pró-Várzea que acabou com milhares de nascentes no Estado, drenou as lagoas do rio São Francisco, ainda são vistos como fundamentais ao desenvolvimento, cultura que certamente influi em decisões políticas contrárias a medidas capazes de pelo menos paralisar a degradação.