Conselho Consultivo do Parque do Rola Moça nega anuência à Mineração Ibirité
O Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra do Rola Moça negou anuência à MIB – Mineração Ibirité, que opera próximo ao Córrego do Feijão, em Brumadinho. Os conselheiros não aceitaram o pedido da mineradora para exploração em caráter experimental, embora a empresa já atue há mais de 10 anos na região. Para a operação a empresa teria que suprimir vegetação natural em área importante como corredor ecológico entre o parque e o manancial do rio Manso. O pedido foi negado por quase unanimidade, com apenas uma abstenção.
Controle de tráfego na estrada que atravessa o Parque
Também foram discutidos mecanismos de controle de velocidade e fluxo de caminhões na estrada que corta a unidade de conservação. O Plano de Manejo do Parque prevê proibição de tráfego de caminhões acima de 4T, o que nunca foi obedecido e nem fiscalizado. Além do risco de acidentes, o trânsito de caminhões aumenta os riscos de atropelamento de animais silvestres.
O controle de velocidade já havia sido discutido e aprovado em reunião anterior do Conselho. O gerente do parque, Henri Dubois Collet, assumiu compromisso de resgatar as condicionantes do licenciamento da estrada no Copam, o que não foi feito.
Henri informou que está tentando envolvimento da prefeitura de Brumadinho na operação da estrada, apesar da via abranger quatro municípios. Por se tratar de estrada intermunicipal, que corta uma unidade de conservação estadual, o conselho pleiteia sua estadualização junto ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).
Em ofício enviado ao DER, IEF e Defesa Civil, a Amda cobrou avaliação das condições de segurança em trechos da estrada. A Defesa Civil e o IEF informaram que não possuem competência sobre a gestão da via, que é municipal. O DER não respondeu até a publicação desta reportagem.
Mineração na Serra do Curral
Em reunião anterior, o conselho negou também anuência à Taquaril Mineração S/A (Tamisa), relativa à exploração de minério de ferro em Nova Lima, na Serra do Curral. Surpreendentemente, o gerente informou que apesar da decisão o IEF deu anuência ao pedido da empresa.
Para Francisco Mourão, que representa a Amda no conselho, a atitude do IEF não foi ética: “mesmo os conselhos não sendo deliberativos, entendemos que suas decisões deveriam ser respeitadas. A Serra do Curral é patrimônio cultural da RMBH e deveria ser protegida pelo Estado”.