Mandante do assassinato de Dorothy Stang é preso no Pará
A Polícia Civil do Pará prendeu, no último dia 16, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, condenado por ser um dos mandantes do assassinato da missionária e ambientalista norte-americana Dorothy Mae Stang. Ele já havia sido condenado em 2010 em primeira instância e em segunda instância em 2017, mas ao longo deste período foi liberado sucessivas vezes pela justiça.
A nova ordem de prisão foi decretada após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votar, em fevereiro, pelo reestabelecimento da execução provisória da pena imposta ao fazendeiro. Com a decisão, o colegiado revogou a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio que determinava a soltura do réu até a conclusão do processo, isto é, até que se esgotassem as possibilidades de recurso.
Galvão foi encontrado em sua casa, no município de Altamira, sudoeste do Pará. Esta é a terceira vez que ele é preso por encomendar o assassinato de Dorothy, ocorrido em 2005 na cidade de Anapu. Até hoje não há uma decisão definitiva sobre seu caso.
A missionária foi morta aos 73 anos de forma brutal, com seis tiros, em um assentamento rural do município. Ela ficou conhecida pelo engajamento em programas socioambientais de reflorestamento e geração de renda na região Amazônica, a exemplo do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança.
Sua luta em prol da causa ambiental beneficiou inúmeros ribeirinhos e comunidades extrativistas, mas também incomodou interessados em explorar terras na região, como Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, o segundo mandante do crime. De acordo com o Ministério Público do Pará, Moura, mais conhecido com “Bida”, ofereceu R$ 50 mil pela morte da missionária. Ele foi condenado e absolvido várias vezes, até que em 2013 foi sentenciado a 30 anos de prisão.
O caso de Regivaldo Galvão também é marcado por constantes idas e vindas. Primeiramente, o fazendeiro foi condenado a 30 anos de reclusão e lhe foi negado o direito de recorrer em liberdade. Pouco tempo depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu sua pena em cinco anos e, com habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal, a defesa do fazendeiro obteve liminar para que ele permanecesse livre até a conclusão do processo. Esta mesma liminar foi cassada em fevereiro e, então, ele pode ser preso.
Além dos mandantes, o assassinato de Dorothy Stang envolveu dois pistoleiros e um intermediador. O assassino confesso da ambientalista, Rayfran Sales, foi condenado a 27 anos de prisão e, desde 2013, cumpre a pena em regime domiciliar. Seu comparsa, Clodoaldo Batista, condenado a 17 anos de detenção, está foragido. Amair Feijoli da Cunha, responsável por contratar os pistoleiros, foi sentenciado a 18 anos de prisão.
Acesse aqui documentário sobre a vida e assassinato de Dorothy Stang.