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Equipe da Amda registra 83 espécies de aves no Parque Estadual do Rio Preto

Equipe da Amda registra 83 espécies de aves no Parque Estadual do Rio Preto
Beija-flor-de-gravata-verde é avistado no Parque Estadual do Rio Preto / Crédito: Helberth Peixoto

O Parque Estadual do Rio Preto é considerado um dos mais belos do Brasil pela diversificação de ambientes naturais. Essa riqueza também é encontrada em sua fauna. Em recente visita à unidade de conservação, a equipe da Amda registrou 83 espécies de aves. Entre elas, várias ameaçadas de extinção.

Helberth Peixoto, ornitólogo da organização, foi o responsável pela identificação das aves. Entre as espécies avistadas estavam maracanã (Primolius maracana), jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus) e beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), todas consideradas sob ameaça em nível global de acordo com a lista vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature). Classificado como vulnerável, Peixoto também identificou o capacetinho-do-oco-do-pau (Microspingus cinereus).

O parque abriga diversas espécies endêmicas, como o beija-flor-de-gravata-verde, endêmico da Serra do Espinhaço, e o rabo-mole-da-serra (Embernagra longicauda), endêmico dos topos de montanhas do leste do Brasil (MG e BA).

Parque Rio Preto

Localizado em São Gonçalo do Rio Preto, o parque foi criado há 24 anos na Serra do Espinhaço. Ele é conhecido pela diversificação de ambientes naturais, representado por formações rochosas, Mata Atlântica, Cerrado e belíssimos campos rupestres, além da riqueza de cursos d’água, formadores de inúmeras cachoeiras. Em meio aos seus 12.000 hectares nasce o rio Preto, afluente do Jequitinhonha.

A unidade de conservação nasceu do amor da população de São Gonçalo pelo rio. Liderada pelo atual gerente, Antônio Augusto Tonhão de Almeida, então prefeito, a cidade expulsou mineradora que queria explorar diamante em seu leito e iniciou um movimento pela criação do parque. No local, apesar da pobreza do solo, estava sendo implantado empreendimento agropecuário, financiado pelo Banco do Nordeste. Grande parte do Cerrado foi destruída para plantio de capim braquiária. Anteriormente, centenas de grandes árvores de madeira de lei, como pau-pereira, jacarandá, sucupira e outras foram derrubadas para alimentar serrarias em Diamantina. Estradas antigas usadas para escoar a madeira ainda existem.

Com a criação do parque e proteção contra incêndios e desmatamento, a natureza fez sua parte, recuperando ambientes naturais que abrigam lobos-guarás, tatu-canastra, onças-pardas e outras espécies ameaçadas.

Relembre a entrevista da Amda com Tonhão e conheça um pouco mais sobre a história do parque e a do gerente, que dá a vida pela unidade de conservação.