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Projeto criado para despoluir rio Tietê é premiado em concurso mundial

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Projeto criado para despoluir rio Tietê é premiado em concurso mundial
Tietê sofre com a poluição em grande parte de seu curso.

Com uma proposta criativa e acessível para despoluir o rio Tietê, quatro estudantes brasileiros venceram a Maratona da Criatividade 2022, promovida pela Full Sail University, na Flórida, EUA. O concurso promovido por uma das universidades mais conceituadas do mundo, desafiou jovens alunos a encontrarem soluções para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Os vencedores foram Eric Hsieh, Eduardo Filho, Jiahai Huan e Thais Ling, alunos do primeiro e terceiro ano do Ensino Médio da escola Pueri Domus, em São Paulo. Eles concorreram com mais de 2,3 mil alunos de 108 escolas dos Estados Unidos, Índia, Colômbia, Brasil e México, levando a melhor com seu projeto que atende o Objetivo 6: Água Limpa e Saneamento.

A ONU classifica os ODS como um modelo para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos. Eles abordam os desafios globais enfrentados pela humanidade, incluindo pobreza, desigualdade, mudança climática e degradação ambiental.

Mãos à obra

Em um vídeo de aproximadamente três minutos, os estudantes explicaram os problemas da poluição no Tietê e apresentaram proposta para criação de redes de drenagem no rio. A ideia é instalar redes coletoras nas saídas das galerias pluviais para coletar o lixo que é diariamente descartado no local.

Quando se chega a São Paulo, a primeira imagem que se vê é a de um rio extenso, poluído e canalizado atravessando a cidade. A maior causa da poluição são detritos de origem doméstica e industrial, de empresas que insistem em descartar lixo no local. O descarte irregular, além de impactar o rio e sua biodiversidade, diminui a vazão da água, causando enchentes, desmatamento da mata ciliar e erosão do solo.

O objetivo é justamente mudar esse cenário. “A proposta é muito simples. A rede vai pegar o lixo sólido que ia ser despejado no rio. E é possível trocá-la com o passar do tempo”, afirma Eric. O grupo se inspirou na cidade de Kwinana, na Austrália, que ganhou repercussão internacional com seu projeto para reduzir o descarte de lixo nos rios.

O governo da cidade australiana instalou um sistema de contenção de resíduos sólidos em tubos de drenagem e grandes redes foram fixadas nas saídas dos canais de esgoto. Assim, a água segue seu curso e os detritos são recolhidos.

Com a ajuda do professor de IB Business Management Renato Mader, os estudantes calcularam o valor da implementação do projeto no Tietê. Considerando os 1.150 km do rio e a dimensão das saídas de galeria, o custo por metro quadrado da rede seria de aproximadamente R$ 69.

Também seria necessária uma rede por quilômetro de extensão do rio, totalizando 2.300 filtros produzidos para ambas as margens. O custo estimado, sem instalação, seria de R$ 158,7 mil.