Amda acusa Fiemg de querer praticar o desenvolvimento a qualquer custo
Em entrevista coletiva, no dia três de maio, Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), desmereceu e criticou posicionamentos contrários à licença concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) à Tamisa para exploração de minério de ferro na Serra do Curral, nos municípios de Nova Lima e Sabará. A licença foi concedida na madrugada do dia 30 de abril, em reunião que durou mais de dez horas.
Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, a posição do presidente da Fiemg não é surpresa, pois a postura da instituição na área ambiental tem sido marcada pelo conservadorismo. “A Fiemg infelizmente pratica a mofada visão de que as atividades econômicas devem sempre prevalecer sobre a proteção do meio ambiente”, diz.
A concessão gerou comoção pública, mobilizando milhares de pessoas em defesa da Serra. A Amda posicionou-se contrariamente a licença, pois mesmo sendo a mineração necessária à sociedade, deve ter limites, assim como outras atividades econômicas. O valor ambiental e cultural da Serra, na opinião da entidade, é maior do que ganhos econômicos.
Para a entidade, o governo do Estado sempre foi omisso na proteção da Serra contra invasões para expansão urbana, incêndios, despejos de lixo e entulho, mas é abertamente favorável à mineração. “Romeu Zema parece ter esquecido que tem de governar para todos e não somente para a iniciativa privada. Deveria ler melhor a constituição e aprender que a proteção do meio ambiente é seu dever enquanto gestor público e direito da sociedade”, ressalta.
Destruição de área considerada vital para a fauna, alteração da paisagem e danos à água são impactos apontados por inúmeras instituições. Mas, para Flávio Roscoe, os impactos serão mínimos, e a Serra do Curral permanecerá com a estrutura inalterada. Ele afirmou ainda que a mineração funciona como uma “fronteira para preservar a Serra” contra invasões, esquecendo-se que isto é obrigação do poder público.
