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Uma em cada quatro espécies de herbívoros corre risco de extinção

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Uma em cada quatro espécies de herbívoros corre risco de extinção
Eleante é o maior herbívoro do mundo.

O número de animais em risco de extinção cresce a cada dia devido à perda de habitat e influência do homem sobre a natureza. Um estudo publicado na revista Science Advances indicou que, ao contrário do que se imaginava, os herbívoros correm maior risco de extinção do que predadores, sejam eles mamíferos, aves ou répteis.

A estimativa é que uma em cada quatro espécies de herbívoros, 25%, se enquadra em alguma categoria de ameaça da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), enquanto 17% dos predadores e 16% dos onívoros estão em risco. Nos últimos 50 mil anos, os herbívoros sofreram com taxas de extinção mais altas em comparação aos outros grupos, indicou a pesquisa.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os padrões de risco de extinção nos vários níveis da cadeia alimentar, entre herbívoros, onívoros e predadores. Eles vasculharam a literatura científica e compilaram informações sobre habitat, área de ocorrência e dieta de mais de 22.600 espécies da fauna existentes, explicou a autora principal do estudo e ecologista Thisha Atwood, da Utah State University.

As análises permitiram identificar qual nível trófico está em maior risco de extinção. Eles descobriram que os herbívoros são os mais ameaçados, sobretudo os que vivem em ecossistemas florestais.

“Os resultados foram um tanto chocantes. Nosso relacionamento altamente divulgado e carregado com animais predadores, como leões e lobos, levou à percepção infundada de que estamos perdendo predadores mais do que qualquer outro grupo trófico”, declarou Trisha.

Segundo os autores do estudo, as prováveis razões para essa desproporção são as baixas taxas de crescimento populacional, as extensas áreas delimitadas sob a posse do animal, além da intervenção humana. Os vertebrados invasores (como ratos), insetos (como formigas-de-fogo) e plantas (como figueiras) estão inclusos na diminuição e até mesmo na extinção de vários répteis.

Os pesquisadores também observaram que os predadores que vivem em habitats marinhos correm um risco alto de extinção, indicando que os predadores marítimos podem estar enfrentando maiores ameaças ambientais do que predadores terrestres. Para a principal autora do estudo, os predadores também estão em apuros, só não tanto quanto os herbívoros.