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Governo libera 42 novos agrotóxicos

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Governo libera 42 novos agrotóxicos

O ritmo acelerado e alarmante de aprovação de novos agrotóxicos continua. Nesta segunda-feira (24), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União o registro de 42 novos venenos. Com isso, o Brasil totaliza 239 novos agrotóxicos autorizados desde o início do ano. A última liberação, ocorrida em maio, incluiu 31 produtos.

Entre os 42 novos registros, 17 têm como base princípios ativos cujo uso é proibido em todos os países da União Europeia. São os herbicidas Tebutiurom, Hexazinona, Atrazina e Ametrina, além dos inseticidas Tiodicarbe e Novalurom. A lista inclui ainda dois novos produtos à base de Glifosato, substância considerada cancerígena e associada à mortandade de peixes nativos da Colômbia; e a dois novos produtos à base de 2,4-D, herbicida bastante utilizado nas lavouras de soja e que vem causando prejuízos aos vitivinicultores do Rio Grande do Sul.

Os 41 novos agrotóxicos liberados são variações de substâncias já aprovadas e utilizadas no Brasil. A exceção é o herbicida Florpirauxifen-benzil, ativo inédito no país. Segundo Marina Lacôrte, da campanha de Alimentação e Agricultura do Greenpeace, a substância é muito tóxica a organismos aquáticos.

Levantamento do Greenpeace indica que, na última década, nunca o país liberou tantos agrotóxicos nos primeiros seis meses do ano. No ano passado, 93 venenos foram autorizados; em 2017, 166; e em 2016 foram 90 agrotóxicos registrados. Em 2010, no mesmo período, foram autorizados 36 novos agrotóxicos.

“O governo vem passando por cima da opinião pública e de órgãos de saúde, colocando em prática o Pacote do Veneno com simples canetadas. Já passamos de 200 aprovações de agrotóxicos neste ano. O país está inundado de veneno”, alertou Lacôrte.

De acordo com o Greenpeace, dos 239 agrotóxicos liberados este ano, 43% são altamente ou extremamente tóxicos e 31% não são permitidos na União Europeia. “É a atitude mais atrasada que um governo pode tomar. É possível produzir sem agrotóxicos, em equilíbrio com o meio ambiente e respeitando a saúde das pessoas. Porém, cada vez mais venenos são impostos ao povo brasileiro e nossa agricultura fica cada vez mais insustentável, tornando-a inviável no longo prazo”, afirmou Lacôrte.

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