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Planeta coberto de plástico

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Planeta coberto de plástico
Animais confundem plástico com alimento e podem morrer após ingestão / Crédito: Google imagens

De 1950 a 2015, o ser humano já produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico. A maior parte já virou lixo e quase 80% do material está agora em aterros sanitários ou no meio ambiente. Os dados são de estudo desenvolvido por cientistas das universidades da Geórgia, da Califórnia e da organização oceanográfica Sea Education Association (SEA), todas dos Estados Unidos. Segundo os autores, esta é “a primeira análise global da produção, uso e destino de todo o plástico já fabricado”.

Das 8,3 bilhões de toneladas de plástico produzidas até 2015, cerca de 6,3 bilhões já foram descartados. De todo esse lixo, apenas 9% foi reciclado, 12% foi incinerado e 79% está acumulado em aterros ou poluindo o ambiente natural.

Em 1950, a produção de plástico era de 2 milhões de toneladas anuais. Em 2015, ela já era de 400 milhões de toneladas por ano. Segundo o estudo, o desenvolvimento do material acelerou nos últimos anos: metade da produção de 8,3 bilhões de toneladas ocorreu nos últimos 13 anos do período estudado, isto é, entre 2002 e 2015.

Nesse ritmo, alertam os cientistas, a quantidade de plástico jogada em aterros ou no ambiente chegará a 13 bilhões de toneladas até 2050. “A maior parte do plástico não é biodegradável em nenhum sentido, portanto o lixo plástico gerado pelos humanos poderá permanecer conosco por centenas ou até milhares de anos”, disse uma das autoras do estudo, Jenna Jambeck, professora da Universidade da Geórgia.

A mesma equipe de pesquisadores já calculou a quantidade de plástico no ambiente marinho. Eles descobriram que dos 275 milhões de toneladas métricas de resíduos de plástico gerados em 2010, cerca de 8 milhões entraram nos oceanos do mundo.

“Existe gente viva atualmente que ainda se lembra de um mundo sem plástico. Mas esse material já se tornou tão onipresente que não conseguimos ir a lugar algum sem encontrar lixo plástico no ambiente, incluindo os oceanos”, disse Jenna.

“Há áreas nas quais o plástico é indispensável, especialmente em produtos desenhados para a durabilidade. Mas acho que precisamos olhar com mais cuidado para o nosso caro uso dos plásticos e devemos nos perguntar quando o uso desses materiais fazem ou não fazem sentido”, afirmou outra das autoras do estudo, Kara Lavender Law, da SEA.