Caatinga já perdeu 45% de sua formação
O Brasil já desmatou quase metade da Caatinga. Dados divulgados ontem, pelo Ministério do Meio Ambiente, revelam que o bioma já perdeu, entre 2002 e 2008, 16.576 km2. Para o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, grande parte do desmatamento é causado pelo uso da mata para a produção de carvão e lenha.
"A principal causa de desmatamento da Caatinga é a produção de energia. Abatida, a mata nativa é transformada em lenha e carvão destinados a abastecer siderúrgicas nos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ou a mover indústrias de gesso e cerâmica instaladas no próprio semiárido", afirmou Minc.
Outros fatores apontados foram as áreas criadas para biocombustíveis e pecuária bovina. O uso do carvão em indústrias de pequeno e médio porte e em residências também foi indicado.
Considerado o único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga é encontrada em cerca de 11% do país e é a principal vegetação existente na região Nordeste. Bahia e Ceará lideram o ranking dos Estados que mais desmataram.
"Sem estimularmos alternativas de geração de energia, como gás natural ou energia eólica [dos ventos], não vamos conter o desmatamento na Caatinga ", observou Minc.
Programas
Para tentar conter o avanço do desmatamento, o Ministério do Meio Ambiente anunciou um convênio com o Banco do Nordeste e Banco do Brasil.
Segundo o ministro Carlos Minc, o Banco do Nordeste vai criar um fundo privado com recursos para financiar projetos de uso sustentável do bioma na região. A ideia é apoiar iniciativas de recuperação do solo, recursos hídricos e uso de energia sustentável.
Já o Banco do Brasil terá uma linha de crédito especial destinada a programas de combate à desertificação. De acordo com Minc, haverá transferência de recursos públicos, inclusive do Fundo de Mudanças Climáticas. Os bancos prometeram dar início ao projeto com R$400 milhões em cada fundo. O anúncio será feito hoje, na conferência sobre a Caatinga em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
*Com informações do Ministério do Meio Ambiente
