Em carta aberta e moção, instituições e ambientalistas criticam postura da Fiemg
Em moção de repúdio e carta aberta enviadas ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, entidades e ambientalistas criticaram a Fiemg por solicitação de abertura de inquérito contra técnicos do ICMBio que embargaram a fábrica da Heineken em Pedro Leopoldo e processo judicial impetrado contra Apolo Heringer, fundador do Projeto Manuelzão.
“Criminalizar instituições ou pessoas, em vez de optar pela discussão democrática, não é certamente postura adequada para uma instituição que deveria primar pela defesa do uso correto dos recursos naturais, que são a base dos empreendimentos econômicos”, defenderam os signatários da carta.
A moção de repúdio foi do Conselho Consultivo da APA Cárstica de Lagoa Santa, após proposta da Amda apresentada pelo Engenheiro Ambiental Luiz Gustavo, representante da entidade. Aprovada com 10 votos favoráveis, a moção expressa apoio aos técnicos do ICMBio, que cumpriam dever de proteger o valioso patrimônio ambiental, científico e histórico da unidade de conservação e repúdio à ação da Fiemg.
A Carta Aberta, assinada por diversas entidades de defesa do meio ambiente, critica a Fiemg e seu presidente, Flávio Roscoe, por processo judicial contra Apolo Heringer, fundador do Projeto Manuelzão, por declarações de que a “entidade representativa da indústria no Estado controla os comitês de bacia mineiros e, com isso, impede que a cobrança pelo uso da água seja feita com base em valores de mercado”.
E enviam recado a Flávio Roscoe: “Há certamente muitas formas, inclusive no plenário do Copam, de expressar sua discordância e mostrar que a crítica é injusta. Incontáveis foram os casos em que a Fiemg defendeu e aprovou no Copam empreendimentos que, em nosso entender, são ambientalmente insustentáveis, contrariando, muitas vezes, parecer técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Mas, nem por isto, os ambientalistas criminalizaram a Fiemg ou seus representantes. Assim, sugerimos a V.Sa. que repense esta política de criminalização, deixando o Judiciário para resolução de conflitos que verdadeiramente causem danos a Minas ou ao país”.