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Fogo já destruiu 398 hectares no entorno do Parque Estadual do Rio Doce

Fogo já destruiu 398 hectares no entorno do Parque Estadual do Rio Doce
Incêndio do Parque Estadual do Rio Doce em 2019. Crédito: Inter TV / Reprodução

O Parque Estadual do Rio Doce, com 36.800 hectares (ha), localizado no Vale do Aço, nos municípios de Timóteo, Marliéria, Dionísio e Jaguaraçu, é a maior área de Mata Atlântica legalmente protegida em Minas Gerais, mas está ameaçado pelo fogo. Não choveu na região e centenas de focos de incêndio em sua zona de amortecimento já foram contabilizados. Em 14 ocorrências foram queimados 398,69 ha. Apenas um incêndio destruiu 80,3 ha em Timóteo, em região conhecida como Rocinha.

Nos últimos três anos, o número de incêndios que ameaçam o parque aumentou assustadoramente e a maioria origina-se em áreas invadidas na sua zona de amortecimento, que vem ocorrendo sob omissão da Semad/IEF. A Amda documentou fotograficamente diversos pontos em que a Mata Atlântica foi derrubada, anúncios de vendas de lotes de diversos tamanhos e inúmeras casas em construção ou já construídas no entorno do mesmo.

“Difícil entender a omissão dos órgãos ambientais, que demonstra a pobreza da política ambiental em Minas. O governador anuncia como grande avanço a concessão dos parques, entre os quais o Perd, mas é incapaz de protegê-lo”, diz Dalce Ricas, superintendente da Amda.

A invasão da zona de amortecimento aponta para cenários cada vez mais graves, no que se refere a incêndios, lixo, esgoto e caça aos animais que vivem no parque. A conivência dos municípios, que recebem ICMS ecológico, passa inclusive por ignorar que grande parte das áreas invadidas são rurais e não podem ser urbanizadas.