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Desastres naturais causaram mais de 2 milhões de mortes em 50 anos

Desastres naturais causaram mais de 2 milhões de mortes em 50 anos

A frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e enchentes, estão aumentando devido ao aquecimento global. Nos últimos 50 anos, o número de desastres hídricos ou relacionados ao clima aumentou cinco vezes, matando em média 115 pessoas por dia. As informações são do Atlas lançado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) no início de setembro.

A OMM analisou mais de 11 mil desastres registrados entre 1970 e 2019, que causaram mais de 2 milhões de mortes e geraram perdas de US$ 3,64 trilhões. Entre os eventos mais graves estão a seca de 1983 na Etiópia (o mais letal do período, com 300 mil mortes) e os três furacões ocorridos nos Estados Unidos em 2017, que estão entre os acidentes naturais de maior prejuízo dos últimos 50 anos.

O levantamento também cita a seca de 1981 em Moçambique, que foi o sétimo desastre natural mais fatal do mundo, com 100 mil mortes, além das temperaturas extremas na Rússia, em 2010, quando mais de 55 mil pessoas morreram. No geral, as secas (650 mil mortes), tempestades (577 mil óbitos), enchentes (58,7 mil mortes) e as temperaturas extremas (55,7 mil mortes) estão entre os desastres mais mortais.

Em relação às perdas econômicas, as tempestades geraram prejuízos de US$ 521 bilhões e as enchentes, de US$ 115 bilhões. No topo dos eventos mais caros, estão seis furacões ocorridos nos EUA, incluindo o Katrina (2005), com prejuízo de US$ 163 bilhões, Harvey, Maria e Irma, em 2017. Juntos, eles abrangem 35% dos prejuízos financeiros entre os 10 piores desastres naturais do mundo.

Segundo o relatório, os mais afetados são os países em desenvolvimento, que concentram 91% das mortes causadas por eventos climáticos entre 1970 e 2019. Na África, mais de 1,6 mil desastres naturais ocorreram no período, ou seja, 15% do total mundial. Embora as enchentes sejam os eventos mais recorrentes no continente, as secas compreendem 95% das mortes.

Na América do Sul, as cheias representam 59% dos desastres naturais, causando a maior parte das mortes e dos prejuízos financeiros. Na América do Norte, os furacões estão no topo da lista. Na Europa, os eventos climáticos extremos abrangem 93% das mortes, com mais de 148 mil vidas perdidas em 50 anos.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, acredita que os eventos extremos do clima serão cada vez mais frequentes em várias partes do mundo. Com isso, haverá mais ondas de calor, secas e incêndios florestais.

A organização defende o investimento em sistemas eficazes de alerta precoce para reduzir os impactos desses desastres que ameaçam, cada vez mais, vidas humanas, ecossistemas e economias. Atualmente, apenas metade dos 193 países-membros têm sistemas de alerta precoce sobre eventos climáticos.