Amda participa de manifestação em defesa da Amazônia
A equipe da Amda participou, no último sábado (24), de manifestação em defesa da Amazônia na praça da Liberdade. Aproximadamente 100 pessoas se reuniram no cartão postal de Belo Horizonte para lutar contra os índices alarmantes de desmatamento e queimadas que estão destruindo o bioma.
Embora não tenha concentrado quantidade expressiva de participantes, Dalce Ricas, superintendente da Amda, ressalta a importância da mobilização. “Mesmo sendo um número pequeno de pessoas, o ato mostra que realmente há segmentos da sociedade dispostos a agir. Mesmo pequena, a manifestação se soma a inúmeras outras que ocorreram em todo o país e no mundo e, certamente, ajudará a fortalecer a reação da sociedade contra o que está acontecendo na Amazônia”, afirmou.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de incêndio em todo Brasil aumentaram 82% desde o início do ano. Foram registradas 71.497 queimadas, das quais 54% ocorreram na Amazônia. Além das queimadas, o bioma sofre com o aumento do desmatamento, caça, garimpos e grilagem das terras públicas. Com o enfraquecimento da fiscalização, determinado pelo governo, as unidades de conservação estão sendo invadidas de forma sem precedentes.
Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento da Amazônia aumentou 15% no acumulado em comparação ao total registrado nos 12 meses anteriores. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A área desmatada nos últimos 12 meses chegou a 5.054 km². Por outro lado, a superintendente da Amda lembra que dados da Embrapa mostram que o país tem mais de 50 milhões de hectares de terras já desmatadas, que estão subutilizadas ou abandonadas. “Isso significa que, nem de longe, é preciso continuar desmatando e expandindo a produção agropecuária de forma horizontal”, lembrou Dalce.
Na manifestação, a Amda levou faixa com os dizeres: “Amazônia: lar de nações indígenas e milhões de animais, não estoque de minério, madeira e terras”. Esta não é a primeira vez que a organização sai às ruas em defesa do bioma. Em 1979, o governo militar anunciou a intenção de abrir, em forma de Contratos de Risco, a exploração madeireira na Amazônia. A Amda, junto com artistas mineiros, criou e imprimiu milhares de cartazes, adesivos e revistas sobre o tema, que foram distribuídos em todo o país. A entidade também promoveu manifestações públicas, como show no Parque Municipal de Belo Horizonte e passeata. Não se sabe se foi devido à reação popular, mas o governo desistiu da ideia.
No domingo (25), a praça do Papa também reuniu manifestantes em prol da defesa da Amazônia. Eles carregavam faixas como “Bolsonaro sai. Amazônia fica”. Além de BH, houve protestos em Araxá, Juiz de Fora e Uberaba e em outros estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
No exterior, manifestantes protestaram diante das embaixadas brasileiras contra o aumento das queimadas. Foram registrados atos em Londres (Reino Unido), Berlim (Alemanha), Copenhague (Dinamarca), Madri (Espanha), Lisboa (Portugal), Paris (França), Sidney (Austrália), Amsterdã (Holanda), Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Mombai (Índia), Lima (Peru), Quito (Equador). Em Londres, o protesto reuniu milhares de pessoas no centro da cidade. Em Buenos Aires, a multidão ateou fogo num globo simbolizando o incêndio que devasta a floresta tropical da Amazônia.