China recua e mantém proibição ao comércio de partes de tigres e rinocerontes
Depois de legalizar a venda de partes do corpo de tigres e rinocerontes no final de outubro, o governo chinês voltou atrás e informou nesta segunda-feira (12) que a nova lei não será mais aplicada. Assim, permanece proibida a exportação, venda, transporte e uso de itens provenientes das espécies no país.
O comunicado partiu do subsecretário-geral do Conselho de Estado, Ding Xuedong, em entrevista para a Xinhua – agência de notícias oficial do país. O anúncio ocorreu após defensores dos animais declararem oposição total à nova regra, que pretendia liberar o uso de partes de tigres e rinocerontes para tratamentos médicos, pesquisas científicas e até vendas de obras de arte.
Todos os anos, centenas de tigres morrem para retirada de seus ossos e inúmeros rinocerontes são abatidos por causa de seus chifres. As partes são bastante utilizadas na medicina tradicional chinesa, apesar de seus benefícios não serem comprovados.
Para ambientalistas, a liberação do comércio poderia ser uma sentença de morte para as populações das duas espécies, mesmo se os animais explorados fossem apenas os que estão em cativeiro. Isso por que seria mais difícil verificar a real procedência dos produtos, além do fato de que um alívio na legislação ambiental poderia fomentar ainda mais o tráfico de animais.
Em seu pronunciamento, Ding Xuedong afirmou que a China continuaria a “organizar campanhas especiais de repressão” com foco em “abordar o comércio ilegal de rinocerontes, tigres e seus subprodutos”. Xuedong destacou que os “atos ilegais serão tratados com severidade”.