Amda analisa propostas ambientais de candidatos ao governo de Minas Gerais
Nove candidatos se registraram para concorrer ao governo de Minas Gerais. A Amda avaliou os planos de cinco deles: Adalclever Lopes (MDB), Antonio Anastasia (PSDB), Fernando Pimentel (PT), João Batista Mares Guia (Rede) e Romeu Zema (Novo). No que se refere à questão ambiental, as propostas são frágeis e genéricas.
Adalclever Lopes propõe ampliar integração entre agricultura e meio ambiente, visando “orientar os agricultores sobre procedimentos e práticas e ampliar o poder fiscalizador do governo”, adotando “medidas de desburocratização, onde o produtor poderá receber orientação sobre a instrução de seus processos, encaminhando-os e resolvendo-os”. Embora de forma genérica, inclui a realização de programas e ações visando preservação e recuperação de nascentes, córregos e rios, combate a erosão e outras ações danosas ao solo, além de explorar fontes alternativas de energia. Proteção da fauna, flora e das unidades de conservação não é mencionada.
Antonio Anastasia afirma em seu plano que “a busca por crescimento ambientalmente sustentável é imperativa” e é crucial diversificar a matriz energética, tratamento de esgotos, recuperação de rios e proteção de nascentes, mitigação dos efeitos adversos da mineração, além da adaptação às mudanças climáticas. O candidato afirma que há uma nova frente de oportunidades a partir da biodiversidade, turismo ecológico e novos negócios associados à economia de baixo carbono. Para ele, simplificar e desburocratizar normas aplicáveis e procedimentos relacionados ao meio ambiente, sem prejuízo da atividade fiscalizatória, deve merecer atenção imediata.
Fernando Pimentel aponta que “a política ambiental persistirá conciliando proteção à diversidade e riqueza natural com atendimento eficiente, ágil e simplificado do licenciamento” e insiste na municipalização. O candidato afirma que “continuaremos a assegurar a adequada proteção das unidades de conservação existentes e, se os estudos indicarem necessidade, ampliaremos de forma qualificada as áreas protegidas”. Ele diz ainda querer dialogar com a sociedade sobre as políticas estaduais de mudanças climáticas e pagamentos por serviços ambientais. Seu governo foi autor da lei que excluiu a sociedade do Copam e as unidades de conservação estão ainda mais desprotegidas, pois não têm dinheiro nem para combustível.
João Batista dos Mares Guia diz que “observado o requisito da sustentabilidade ambiental, a atividade minerária, incentivada, deverá observar a exigência de diversificar os seus investimentos, aplicando-os, também, na transformação industrial do minério em produtos metalúrgicos e siderúrgicos, além de promover a modernização tecnológica ambiental das suas atividades”. Segundo o candidato, Copasa e Cemig formarão, junto com a Semad, o tripé de garantia da sustentabilidade ambiental em Minas Gerais, aplicando recursos próprios na recuperação de nascentes, além de participar construtivamente e com humildade na cogestão responsável de cada comitê de bacia.
O candidato Romeu Zema não apresentou nenhuma proposta ambiental em seu plano de governo. Nenhum dos candidatos abordou temas cruciais como sequestro dos recursos da área ambiental, integração das agendas ambiental e econômica, incêndios florestais, tráfico de animais silvestres e fiscalização. “Em Minas, o sequestro dos recursos da Semad chegou ao ponto de não permitir viagens por falta de dinheiro para combustível e diárias dos técnicos, mas nenhum candidato falou sobre o assunto”, afirmou Dalce Ricas, superintendente da Amda.