Workshop discute os seis anos do Código Florestal com imprensa

No último dia 12 foi realizado em São Paulo o workshop “Código Florestal, a Lei pegou!”, voltado para profissionais de comunicação. O evento foi organizado pelo Observatório do Código Florestal (OCF), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, WWF-Brasil, Iniciativa Verde e Envolverde/Carta Capital, e contou com apoio da Norad.
No primeiro bloco foi apresentado o Termômetro do Código Florestal, aplicativo de celular que monitora a regularidade ambiental do meio ambiente rural e a implantação da lei. A ferramenta analisa dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e disponibiliza informações sobre outros instrumentos relacionados ao Código, como o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA). A pesquisadora do IPAM, Laura Braga, explica que a ferramenta permite à população ter acesso transparente à implementação do Código. “O Termômetro reúne as informações a respeito do Código Florestal de forma simples e rápida, viabilizando controle social da implantação de uma política fundamental para garantir a qualidade de vida de todos”, disse.
Durante o encontro foram apresentados os resultados da pesquisa “Consumo e o Código Florestal”, realizada pelo IBOPE e a Rede Conhecimento Social nas cinco regiões do país com intuito de identificar como a sociedade percebe o Código. De acordo com o levantamento, 82% dos consumidores querem produtos que sigam o Código e 60% se predispõe a pagar um pouco a mais por isso. “O brasileiro está cada dia mais consciente sobre o que coloca em sua mesa, e isso se reflete em suas escolhas de compra”, comentou a coordenadora de Comunicação do IPAM, Cristina Amorim.
Os professores Ely Bergo de Carvalho (UFMG), Raoni Rajão (Lagesa/UFMG) e a secretária executiva do OCF, Roberta del Giudice, lançaram o livro “Uma breve História do Código Florestal – Parte 1”, que de forma concisa apresenta a história da legislação florestal brasileira desde suas raízes em Portugal até 1979. Segundo os autores, no século XIX e XX já existia a preocupação com a conservação dos recursos naturais para a garantia da estabilidade e crescimento econômico. “No Código Florestal do Paraná, em 1907, já se falava sobre a importância de proteger as florestas em defesa dos solos. Já se tinha conhecimento de que o desmatamento pode secar os rios, mudar o clima, prejudicar os solos”, comentou Rajão.
O jornalista Reinaldo Canto, Envolverde e Carta Capital, apresentou os obstáculos em se comunicar temas ambientais no Brasil. De acordo com Canto, “se a perda da biodiversidade já deveria ser suficiente para sensibilizar jornalistas, as mudanças climáticas e a crise hídrica evidenciam ainda mais a necessidade da preservação e da recuperação florestal, cabendo aos nossos veículos de comunicação abordagens permanentes”.
Com informações do Observatório do Código Florestal