Brasil abriga 7 Patrimônios Naturais da Humanidade
No Brasil, existem sete áreas classificadas como Patrimônios Naturais da Humanidade. O Parque Nacional do Iguaçu, as reservas de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas, bem como complexos de áreas protegidas na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica são as maravilhas naturais brasileiras reconhecidas mundialmente pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultural).
O título tem como objetivo incentivar a preservação dos bens naturais de excepcional diversidade biológica e beleza cênica. Trata-se de um esforço internacional para estimular governos, ONGs e comunidades locais a reconhecer e preservar seus patrimônios, não só pelo encanto natural, mas também por seu valor ambiental e científico.
Como os patrimônios são escolhidos?
Os próprios países podem elaborar uma lista com áreas em potencial. Entre os dez itens exigidos pela Unesco para que um local seja eleito Patrimônio Mundial Natural, o principal é o lugar possuir “valor excepcional universal do ponto de vista estético ou científico”. Uma comissão da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) fica responsável pela análise e seleção dos sítios.
Agora que já sabe o que são e como são selecionados os Patrimônios Naturais da Humanidade, conheça os existentes no Brasil:
Parque Nacional do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu é um patrimônio de 169.695,88 hectares que abriga um impressionante conjunto de quedas d’água, conhecidas como Cataratas do Iguaçu. O conjunto de cachoeiras formado ao longo do rio de mesmo nome se estende por quase três quilômetros, com quedas de até 80 metros de altura.
Localizado na fronteira entre o Brasil e a Argentina, o parque abriga mais de 185 mil hectares de Mata Atlântica ricos em espécies de plantas e animais ameaçados, como o palmito-juçara e o tamanduá-bandeira. As características geomorfológicas únicas do Iguaçu são resultado de processos vulcânicos ocorridos há aproximadamente 500 milhões de anos.
Mata Atlântica – Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná
Um conjunto de 25 áreas protegidas de grande riqueza biológica, entre os estados de São Paulo e Paraná, integram o patrimônio com os mais extensos e preservados remanescentes florestais da Mata Atlântica. São aproximadamente 470 mil hectares de paisagens exuberantes, lar de espécies emblemáticas e ameaçadas, como a onça-pintada, a jaguatirica e o muriqui-do-sul, maior primata das Américas.
Com grande variação de altitude, o sítio detém desde montanhas cobertas por densas florestas, até ilhas costeiras, zonas úmidas, dunas e formações cársticas, além de áreas com mais de 450 espécies de árvores por hectare. Nas reservas do Sudeste também são encontradas 300 grutas, incluindo a Gruta da Casa de Pedra, que possui a maior boca de caverna do mundo, com 215 metros de altura.
Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo
Localizado nos estados da Bahia e Espírito Santo, este sítio natural compreende oito áreas protegidas contendo 112 mil hectares de Mata Atlântica e restingas. O ecossistema rico e diversificado é consequência da mistura de espécies endêmicas das florestas atlânticas com espécies da Amazônia. A miscigenação ocorreu em tempos remotos, quando ainda havia um corredor entre os dois biomas.
De elevado valor histórico e natural, a Costa do Descobrimento possui aproximadamente 20% da flora mundial, incluindo 627 espécies de plantas ameaçadas, 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 280 de anfíbios e 200 de répteis. A Unesco classifica o sítio como um arquipélago florestal com uma estrutura evolutiva de grande interesse para a ciência e a conservação.
Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal
O conjunto de áreas protegidas do centro-oeste do país, constitui o maior sistema inundado contínuo de água doce do mundo e é um dos ecossistemas mais ricos em vida selvagem. Embora o complexo de 187.818 hectares compreenda apenas 1,3% do Pantanal brasileiro, possui impressionante diversidade de espécies: 80 de mamíferos, 650 de aves, 50 de répteis e 300 de peixes.
A transição abrupta entre as montanhas e as áreas inundadas é o que faz o local ser tão rico, em termos paisagísticos e ecológicos. Localizado entre as bacias dos rios Cuiabá e Paraguai, o sítio é essencial para disseminação de materiais nutritivos e manutenção dos estoques de peixes durante as inundações. Abriga espécies emblemáticas como a arara-azul, o veado-do-pantanal e o tatu-canastra.
Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central
Esta é uma das regiões mais ricas do planeta em termos de biodiversidade, com mais de 6 milhões de hectares. Localizado no estado do Amazonas, o sítio abrange a confluência dos rios Negro e Solimões e variadas fisionomias, como florestas alagadas, pântanos, praias, cachoeiras e cursos de água preta ou branca.
Dentro do complexo também está o Arquipélago das Anavilhanas, um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, que é o lar da maior variedade de peixes elétricos da Terra. Entre as espécies raras e ameaçadas de extinção registradas no sítio estão o pirarucu-gigante (o maior peixe de água doce da América do Sul), a ariranha, o peixe-boi-amazônico e o jacaré-do-mato.
Áreas Protegidas do Cerrado: Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Emas
Os Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Emas, situados no centro-oeste brasileiro, são as áreas mais importantes para a proteção do Cerrado, um dos ecossistemas mais antigos e diversificados do mundo. Por milênios a região serviu de refúgio para espécies raras e endêmicas da fauna e da flora, exercendo, até hoje, papel fundamental na manutenção da diversidade biológica.
O sítio natural compreende mais de 60% de todas as espécies de plantas do Cerrado – que possui de 350 a 400 espécies de plantas vasculares por hectare – e quase 80% dos vertebrados observados no bioma. Todos os grandes mamíferos do Cerrado ocorrem nos dois parques, com exceção da ariranha. No local é possível avistar tatus-canastras, lobos-guarás, onças-pintadas e veados-campeiros.
Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas
Formados por picos da cordilheira submarina do Atlântico Sul, o arquipélago Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, abrigam a maior concentração de aves marinhas tropicais do Atlântico Ocidental. O sítio abrange duas áreas protegidas que, juntas, cobrem 42.270 hectares de paisagens paradisíacas e águas férteis, importantes para a criação de atuns, tubarões, tartarugas e mamíferos marinhos.
O local detém as praias mais bonitas do Brasil: a praia do Sancho e a praia do Leão. O patrimônio reconhecido pela Unesco também possui o único remanescente da Mata Atlântica Insular e o único manguezal oceânico da região do Atlântico Sul. É um oásis de vida marinha em meio ao oceano aberto.