Óleo de cozinha vilão da fauna, solo, lençóis freáticos, clima e tubulações

Integrante fundamental em qualquer cozinha, o óleo vegetal descartado inadequadamente, em pias ou vasos sanitários, pode trazer sérios problemas ambientais.
Conforme dados Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) de Minas Gerais um litro do óleo tem a capacidade de contaminar cerca de um milhão de litros de água. Além disso, o produto leva 14 anos para ser totalmente absorvido pela natureza.
Devido a sua difícil degradabilidade e alto poder de contaminação, quando descartado indevidamente pode causar incrustações e aumento da pressão nas tubulações por onde passa, podendo romper os dutos e contaminar o solo e lençol freático. Para retirada dessa crosta é necessária utilização de produtos tóxicos nocivos ao meio ambiente. O óleo vegetal também atrai roedores vetores de doenças; prejudica as comunidades aquáticas, pois, pela diferença de densidade entre o óleo e a água, o óleo sobrenada, impedindo a entrada de luz, reduzindo a interface ar-água, dificultando as trocas gasosas e, consequentemente, a oxigenação do corpo hídrico e aumento do aquecimento global, pois, em contato com a água do mar, sofre reações químicas, decompondo-se anaerobicamente, liberando gás metano e poluindo a atmosfera.
Todo esse estrago do óleo de cozinha lançado diretamente no meio ambiente pode ser evitado e até mesmo produzir bens de valor, por meio do reaproveitamento e reciclagem. Ele pode ser utilizado na produção de sabão e detergentes, ração animal, biodiesel, resina para colas, tintas industriais, amaciante de couro, cosméticos, dentre outros produtos à base de óleo vegetal.
Em Minas Gerais, o programa “Óleo Nosso de Cada Dia”, que já funciona em Belo Horizonte, pode ajudar a diminuir esses impactos. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente instalou nas regionais um coletor público. O objetivo é que a população coloque o óleo em garrafas pet e despeje no local.
Veja os endereços dos coletores
Regional Norte
Cea Norte (Parque Nossa Senhora da Piedade) – Rua Rubens Souza Pimentel 750. Bairro Aarão Reis – 3277-8912
Regional Venda Nova
Regional Venda Nova – Av. Padre Pedro Pinto, 1.055 – 3277-5473
Regional Oeste
Cevae Morro das Pedras – Local: Rua Belfort Roxo, 215, Nova Granada – 3277-6873
Regional Barreiro
Parque Burle Maex – Rua Ximango, 890, Barreiro – 3277-5968
Regional Centro-Sul
Regional – Rua Tupis, 149, Bairro Centro – 3277-4911
Regional Leste
Regional Lauro Jacques, 20, FLORESTA – 3277-4660
Regional Noroeste
Regional Noroeste – Rua Peçanha, 144, Bairro Carlos Prates – 3277-7676
De contaminação a recompensa
O preço do óleo tratado chega a R$ 1,20, quatro vezes mais que o valor pago para quem fornece o produto ainda contendo resíduos. Para trata-lo, a empresa recolhedora compra o óleo bruto de estabelecimentos comerciais, retira as impurezas e revende-o para empresas de outros estados e da Grande BH. Depois, o óleo é transformado em sabão em barra e até biocombustível.
A Recóleo – Coleta e Reciclagem de Óleos – fundada em 2004, recolhe cerca de 140 mil litros de óleo por mês em BH e região metropolitana. A empresa paga R$0,30 no litro do óleo e, depois de tratado, revende de R$ 1 a R$ 1,20 para empresas de São Paulo e Goiânia que atuam na produção de biocombustível.
Consulte os pontos de coleta de sua cidade e faça parte dessa campanha!
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