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Amda repudia fala do ministro Ricardo Salles em reunião ministerial

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Amda repudia fala do ministro Ricardo Salles em reunião ministerial
Estrada que corta o parque do Rola Moça é repleta de trechos perigosos. Crédito:

Deboche, arrogância, cinismo e ódio ao meio ambiente compõem a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial de 22 de abril. A fala do ministro, demonstrando claramente desrespeito total pelas instituições, pela democracia e pela vida, ratifica sua postura de fantoche do atual governo e a cínica defesa de outros interesses que não os ambientais.

O ministro e o governo do qual faz parte constituem hoje a maior ameaça que o país já enfrentou na área ambiental desde que a defesa do meio ambiente passou a ser uma política pública.

A Amda expressa repúdio e preocupação com a fala do ministro que, que propôs ao governo, “de baciada”, aproveitar a crise social, econômica e humana gerada pela pandemia do coronavírus para investir contra a legislação ambiental e a favor de criminosos ambientais.

Para ele a situação é favorável, pois a imprensa está focada na pandemia, ignorando outros assuntos. E complementou seu conselho ao presidente dizendo que a Advocacia-Geral da União (AGU) deve estar de prontidão para reagir às ações judiciais contra as ações de desmonte da legislação e da proteção do meio ambiente, citando de forma debochada, a nota que editou contra a Mata Atlântica.

E, lamentavelmente, mas não que seja surpresa, nenhum dos presentes, opôs-se ao surpreendente conselho dado por Ricardo Salles.

A posição do ministro reflete a chamada “banda podre” do agronegócio, do garimpo e da indústria madeireira ilegal, que vê na proteção das florestas, fauna, água e populações indígenas da Amazônia obstáculo à satisfação de sua ganância pelo lucro fácil. Lembramos que o país dispõe de gigantesco estoque de terras já desmatadas e mal utilizadas, e mesmo assim, o ministro e o governo investem contra a Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e outros importantes biomas do país.

Assim, somamo-nos, hoje, a outros pronunciamentos de repúdio à situação, e alertamos que o Brasil poderá tornar-se o maior contribuinte da degradação ambiental do planeta, manchando para sempre sua história. Esperamos que empresas, políticos e instituições da sociedade brasileira que respeitam a ciência e agem com responsabilidade socioambiental reajam a tanto desmando, antes que a boiada passe sobre o meio ambiente de forma irrecuperável.