Bugios reaparecem no Sul de Minas após surto de febre amarela
Sem registros desde 2017, uma família de macacos bugio (Alouatta guariba) surpreendeu biólogos e visitantes no Parque Estadual Nova Baden, em Lambari, no Sul de Minas Gerais. O característico ronco da espécie foi o que chamou a atenção do advogado e graduando em biologia, Guilherme Brandão, que fotografou os primatas no alto das araucárias.
O bugio sofreu grande declínio populacional devido a um surto de febre amarela, em 2017. Contrariando a crença equivocada de que esses animais transmitiam a doença, o primatólogo Rogério Grassetto explica que, na verdade, esses animais são extremamente sensíveis à doença. O surto causou mortes em várias regiões, mas os bugios não foram os portadores, foram vítimas.
“Infelizmente, isso foi acompanhado por algumas mortes de humanos e acreditava-se que os bugios estavam trazendo a febre amarela. Mas, na verdade, esses primatas apenas sofrem com a doença. Eles não são migratórios e são fiéis à sua área de vida. Então, quem traz a febre amarela são os humanos para eles”, explicou Grassetto.
A bióloga Evânia Santana, gerente da unidade de conservação, ressaltou a importância do monitoramento ambiental. Visitantes são incentivados a não alimentar os bugios, contribuindo assim para a proteção da fauna e evitando possíveis transmissões de doenças.
Características da espécie
Os bugios são vegetarianos, se alimentam de folhas, flores, caules e frutas. Por sua dieta baixa em calorias, eles se deslocam de forma lenta e possuem o hábito de descansar a maior parte do tempo, economizando energia.
O ronco característico emitido por eles é utilizado para comunicação entre outros indivíduos da espécie e até demarcação de território. A vocalização pode atingir mais de 90 decibéis e ser ouvida a dois quilômetros de distância. Quando não estão vocalizando, eles se tornam difíceis de localizar.
Outra característica marcante desses primatas é a pelagem, que varia entre o marrom e o ruivo. No total, existem 14 espécies de bugio e 10 delas ocorrem no Brasil. Saiba mais sobre a espécie.
Com informações de Agência Minas.