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Cactos da Caatinga estão ameaçados por mudanças climáticas

Cactos da Caatinga estão ameaçados por mudanças climáticas
Quipá (Tacinga inamoena) espécie nativa da Caatinga. Foto: Mauricio Mercadante | Flickr

Apesar de serem adaptados para ambientes semiáridos, os cactos da caatinga estão ameaçados pelas mudanças climáticas. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Estado do Arizona, projetaram uma redução das espécies palmatória (Tacinga palmadora) e quipá (Tacinga inamoena) para os próximos anos.

Para chegar aos resultados eles utilizaram dados do Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade e da Plataforma WorldClim. O objetivo foi avaliar o impacto do aumento de dias secos e a redução das chuvas sobre cactos no Brasil e países como México, Estados Unidos e Argentina. A equipe publicou as descobertas na revista científica Acta Botanica Brasilica. 

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Na Caatinga, os resultados são especialmente preocupantes. As projeções indicam que o quipá pode perder até 65% de seu habitat natural até 2070, enquanto a palmatória pode perder até 27%. A redução no habitat dessas espécies ocorre principalmente na parte oeste do bioma, onde a fragmentação climática aumenta a vulnerabilidade das plantas.

Além da importância ecológica, os cactos da caatinga têm grande valor cultural e econômico para as populações locais, servindo como alimento e parte da identidade regional. 

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Na visão dos pesquisadores, o ideal é criar de áreas de refúgio para preservar as espécies nativas. Com as mudanças climáticas reconfigurando o ambiente da Caatinga, o próximo passo da pesquisa é ampliar o estudo das espécies e aprimorar as projeções.

“Prever o futuro climático e suas consequências biológicas não é tarefa fácil. Ainda assim, é preciso conhecer as ameaças para abrir novas e criativas abordagens que ajudem a propor, com mais confiança, medidas para conservação dessas espécies”, explica o pesquisador.