Cactos da Caatinga estão ameaçados por mudanças climáticas

Apesar de serem adaptados para ambientes semiáridos, os cactos da caatinga estão ameaçados pelas mudanças climáticas. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Estado do Arizona, projetaram uma redução das espécies palmatória (Tacinga palmadora) e quipá (Tacinga inamoena) para os próximos anos.
Para chegar aos resultados eles utilizaram dados do Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade e da Plataforma WorldClim. O objetivo foi avaliar o impacto do aumento de dias secos e a redução das chuvas sobre cactos no Brasil e países como México, Estados Unidos e Argentina. A equipe publicou as descobertas na revista científica Acta Botanica Brasilica.
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Na Caatinga, os resultados são especialmente preocupantes. As projeções indicam que o quipá pode perder até 65% de seu habitat natural até 2070, enquanto a palmatória pode perder até 27%. A redução no habitat dessas espécies ocorre principalmente na parte oeste do bioma, onde a fragmentação climática aumenta a vulnerabilidade das plantas.
Além da importância ecológica, os cactos da caatinga têm grande valor cultural e econômico para as populações locais, servindo como alimento e parte da identidade regional.
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Na visão dos pesquisadores, o ideal é criar de áreas de refúgio para preservar as espécies nativas. Com as mudanças climáticas reconfigurando o ambiente da Caatinga, o próximo passo da pesquisa é ampliar o estudo das espécies e aprimorar as projeções.
“Prever o futuro climático e suas consequências biológicas não é tarefa fácil. Ainda assim, é preciso conhecer as ameaças para abrir novas e criativas abordagens que ajudem a propor, com mais confiança, medidas para conservação dessas espécies”, explica o pesquisador.