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Incêndios na Amazônia batem recorde dos últimos 20 anos

Índice de queimadas no primeiro semestre deste ano foi 61% superior ao registrado em 2023.

Incêndios na Amazônia batem recorde dos últimos 20 anos
Queimada em Canutama (AM), registraem 2 demonitoramento de desmatamento e fogo do Greenpeace Brasil. © Marizilda Cruppe / Greenpeace

Nos primeiros seis meses do ano, os incêndios na Amazônia atingiram níveis alarmantes. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 13.489 focos de calor no bioma, um aumento de 61% em comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com os dados, este foi o pior primeiro semestre na floresta em 20 anos.

O índice deste ano fica atrás apenas dos de 2003 e 2004, quando o instituto contabilizou 17.143 e 17.340 focos, respectivamente. Assim como no Pantanal, a escassez de chuvas influencia o fogo na Amazônia. Nos dois biomas, a maioria das queimadas é provocada pela ação humana, mas a seca agrava a situação, afirmam especialistas.

“Infelizmente, boa parte dos biomas brasileiros está sob estresse hídrico por falta de chuvas. O ambiente fica mais seco e a vegetação mais seca é mais propícia a incêndios”, explicou o Porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.

Enquanto o Pantanal enfrenta a pior estiagem das últimas quatro décadas, a Amazônia caminha para outra seca histórica. Em 2023, a floresta sofreu com a acentuada baixa nos rios e ondas de calor que causaram a morte de centenas de botos. O rio Negro, o sétimo maior do mundo em volume de água, atingiu seu pior nível em 121 anos.

Desmatamento em queda

Em contraste com o número de incêndios, o desmatamento segue em queda na Amazônia. Segundo dados do Inpe, de 1º de janeiro a 21 de junho, a floresta perdeu 1.525 km², uma redução de 42% diante o mesmo período do ano passado. Em 2023, o índice também ficou abaixo do de 2022.