Rio Negro volta a subir após seca histórica
A seca severa que atinge o Norte do Brasil finalmente deu sinais de trégua. O rio Negro, que chegou ao seu pior nível em 121 anos, voltou a subir na capital do Amazonas. Segundo boletim do Porto de Manaus, o nível do rio já aumentou 17 centímetros entre os dias 28 e 30 de outubro.
Pela primeira vez desde o início das medições, em 1902, a cota do rio ficou abaixo de 13 metros. Na última quinta-feira, o nível da água chegou à mínima de 12,70 m. No dia seguinte, o nível se estabilizou após 131 dias consecutivos de queda. De sábado à domingo, o volume subiu cinco centímetros por dia, chegando a 12,87 metros na segunda-feira.
Embora o nível do rio continue subindo, a população ainda sofre os impactos da seca. Segundo a Defesa Civil, 60 dos 62 municípios amazonenses já decretaram situação de emergência. Até agora, mais de 598 mil pessoas e 150 mil famílias foram afetadas no estado.
Com o baixo nível do rio, boa parte da população está ilhada e sem acesso a suprimentos básicos. A falta de água também favorece a proliferação de doenças, a mortandade de peixes, além de afetar a agricultura, o fornecimento de energia elétrica e o abastecimento do comércio local.
Especialistas relacionam a seca história à crise climática e ao intenso El Niño deste ano, fenômeno no qual as águas do Oceano Pacífico ficam mais quentes, causando eventos climáticos extremos no mundo todo.