Descoberta nova árvore frutífera na Mata Atlântica
Espécie está classificada como criticamente ameaçada.
Pesquisadores descobriram uma nova espécie de árvore frutífera na Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do Brasil. Um guarda local encontrou a cereja-de-guapiaçu (Eugenia guapiassuana), pertencente ao gênero das cerejeiras brasileiras, na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.
Eles encontraram a nova espécie em 2022, mas publicaram o artigo com sua descrição em março deste ano.
Pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Ceará e do Sítio E-jardim publicaram o estudo na revista Kew Bulletin, especializada em Botânica.
Apesar de recém descoberta, os pesquisadores já a classificaram como criticamente ameaçada. As principais causas são a raridade da espécie, a expansão urbana e o avanço da agropecuária sobre a região de ocorrência da nova cerejeira.
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“A localidade onde ela ocorre está dentro de um fragmento florestal, cercado por pastagens e campos agrícolas, o que pode levar a uma perda de qualidade do habitat devido a efeitos de borda”, explicam os cientistas.
Funcionários da REGUA iniciaram a propagação da espécie por meio da produção de mudas. Assim, eles pretendem plantar 150 mudas em áreas de restauração até o final deste ano.
Cereja-de-guapiaçu
O nome popular cereja-de-guapiaçu é homenagem à região onde a espécie ocorre, bem como ao seu parentesco com a Eugenia involucrata, conhecida como cereja-do-rio-grande
A árvore chama atenção por seu tronco liso e marrom-claro, que pode atingir até 20 metros de altura. Como uma espécie caducifólia, durante sua floração, entre agosto e setembro, as folhas caem completamente, restando apenas as pétalas rosa esbranquiçadas em sua copa.
Os frutos surgem em outubro, apresentando uma casca lisa e vermelha, com formato semelhante ao de azeitonas. A polpa é suculenta e alaranjada, oferecendo um sabor equilibrado entre o ácido e o doce.
O gênero Eugenia possui 414 espécies de plantas diferentes, sendo o mais rico da família Myrtaceae.