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Parque Estadual do Rio Doce enfrenta as mesmas ameaças há décadas

Parque Estadual do Rio Doce enfrenta as mesmas ameaças há décadas
Matéria sobre o Parque Estadual do Rio Doce veiculada no Jornal Ambiente Hoje, da Amda, na edição de janeiro/fevereiro de 1999.

Desde 1993, o Parque Estadual do Rio Doce (Perd), considerado um dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica do país, enfrenta a pressão da expansão urbana de Timóteo em sua Zona de Amortecimento.

Em 1999, matéria veiculada no jornal Ambiente Hoje, da Amda, denunciava ausência de medidas por parte do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Prefeitura para conter o adensamento populacional em direção ao Perd. Hoje, o problema não só persiste como se agravou em diversos aspectos. Inclusive por novas ameaças em Marliéria, município que abriga a maior parte do parque e recebe cerca de R$ 1.400.000,00/ano de ICMs ecológico.

A pressão sobre a UC intensificou-se após a Aperan, compradora da Acesita, vender extensas áreas cobertas com Mata Atlântica para especuladores imobiliários.

“A Aperam comprou a Acesita e junto sua história de responsabilidade por gigantescos desmatamentos na região para alimentar seus altos fornos. E lucrou muito, pois o carvão feito da Mata Atlântica era barato e fácil. A morte de milhões de animais causadas pela empresa, é claro, nunca entrou nos cálculos. A Aperam deveria ter destinado as terras para preservação, compensando um pouco do arraso ambiental da Acesita. É lamentável e condenável que ainda tenha lucrado com a venda. Não condiz com sua imagem de empresa preocupada com a proteção do meio ambiente”, diz Dalce Ricas.

Outro ponto que se arrasta há anos, é a ocupação da Ponta do Tomazinho, situada numa península no rio Piracicaba dentro dos limites do parque, que foi “dada” pela antiga Ruralminas a Ewerton França, muito após o parque ter sido criado. O local tem sido “porta de entrada” para caçadores e pescadores. O título de posse é ilegal mas infelizmente vem sendo tolerado pelo IEF e pelo governo do Estado.

A notícia publicada pelo Ambiente Hoje, informa que o IEF e a Advocacia-Geral do Estado (AGE) conseguiram anular o ato no Supremo Tribunal Federal (STF), mas até hoje a área não foi desocupada. Em apresentação na última reunião do Conselho do Parque sobre compensação ambiental, a Gerente de Compensação Ambiental e Regularização Fundiária do IEF, Mariana Yankous Gonçalves Fialho, informou que o assunto está sendo pesquisado. 

Na mesma reunião, o Conselho novamente se manifestou contrário à abertura ao tráfego da estrada do São Dourado  que atravessa a Mata do Campolina, única área de mata virgem do parque.