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Governo criará novas unidades de conservação na Caatinga

Governo criará novas unidades de conservação na Caatinga
Foto: Felipe Aguillar | Flickr

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a criação de novas unidades de conservação na Caatinga até 2026. O órgão selecionou 12 projetos prioritários para a criação das novas áreas, que protegerão mais de um milhão de hectares no bioma.

Entre os projetos contemplados estão os de ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões (PI), da Floresta Nacional de Açu (RN) e do Refúgio da Vida Silvestre do Soldadinho-do-Arararipe (CE). O último protege a ave homônima, ameaçada de extinção. Sua população conta com cerca de 800 indivíduos, por isso a importância de proteger os últimos habitats da espécie.

Juntamente com as novas unidades de conservação será criada a Rede de Pesquisadores e Pesquisadoras no Combate à Desertificação e Mitigação das Secas. A rede reunirá evidências científicas para apoiar o enfrentamento aos efeitos da mudança climática na Caatinga.

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Desertificação na Caatinga

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, caracterizado pela vegetação adaptada às condições semiáridas. Sua área abrange cerca de 12% do território nacional. No entanto, enfrenta desafios como o desmatamento, a desertificação e as mudanças climáticas.

Desertificação é a degradação do solo em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas. Conforme pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o desmatamento e a crise climática intensificaram a desertificação na Caatinga.

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No último ano, mais de um quinto dos alertas de desmatamento no Brasil ocorreram no bioma. No total, a Caatinga perdeu 201.687 hectares, um aumento de 43,3% em relação a 2022. 

De acordo com dados do MMA, cerca de 13% do semiárido brasileiro já foi afetado pela desertificação, se tornando áreas áridas. Isso significa perda total da biodiversidade, da capacidade de oferecer serviços ecossistêmicos e solo produtivo.

Iniciativas de combate à seca

Para combater as secas, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome anunciou a contratação de mais 42 mil cisternas para a região. Neste ano, a pasta contratará mais 85 mil unidades. A meta é instalar 221 mil cisternas até o final do projeto, em 2026.

Segundo Lilian Rahal, secretária de Segurança Alimentar e Nutricional MDS, o objetivo é que o programa não se limite à segurança hídrica e alimentar, mas também se torne um recurso para fortalecer a capacidade de resistência às alterações climáticas.

Projetos Conecta Caatinga e Arca

Além da criação e expanção de áreas protegidas, o governo federal anunciou os projetos Conecta Caatinga e Arca. O primeiro promove a gestão integrada da paisagem no bioma, por meio de de ações de recuperação da vegetação nativa e dos corpos hídricos. O investimento inicial é de de R$ 30,2 milhões, provenientes do do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF). 

Por sua vez, o Projeto Arca, busca a proteção do bioma por meio do envolvimento das comunidades locais na elaboração de planos de manejo de unidades de conservação na Bahia, Pernambuco e Piauí. O investimento, aprovado pelo Fundo do Marco Global pela Biodiversidade, gira em torno de R$ 50 milhões.