Governo cria reservas extrativistas Filhos do Mangue e Viriandeua
Unidades de conservação protegem 74 mil hectares de manguezais na costa amazônica.
A Amazônia ganhou mais duas unidades de conservação federais: as reservas extrativistas Filhos do Mangue e Viriandeua. Os decretos de criação foram assinados pelo presidente Lula no Dia Internacional das Florestas, comemorado no dia 21 de março. Localizadas no Pará, na costa amazônica, as áreas protegerão cerca de 74 mil hectares.
Fruto da luta de povos tradicionais, as reservas abrigam cerca de sete mil famílias marisqueiras e pescadoras. Por quase 15 anos as comunidades lutaram pela proteção de suas terras e preservação de seus modos de vida ancestrais.
As reservas extrativistas Filhos do Mangue e Viriandeua abrangem os municípios de Salinópolis, São João de Pirabas, Primavera e Quatipuru, na região do Salgado Paraense. Juntas, abrigam uma das maiores florestas de manguezais do país, protegendo baías, rios, estuários e vasta biodiversidade.
A vegetação predominante é de mangue vermelho, mangue branco e mangue preto. A área é prioritária para conservação de aves migratórias, sendo habitat natural de espécies como caranguejo-uçá, mexilhão, turu, ostra e camarão branco.
Proteção de ecossistemas valiosos
“Defender os ecossistemas costeiros torna-se nossa obrigação, pois são um dos depósitos mais ricos da biodiversidade marinha. Estão, ao longo de cerca de metade das costas do mundo, ameaçados por atividades relacionadas ao desenvolvimento”, destacou o ativista socioambiental Alan Amorim, da Comissão Próresex Viriandeua e Filhos do Mangue.
Os mangues são ecossistemas únicos, responsáveis por estocar carbono, filtrando substâncias poluentes da água e do ar. Auxiliam na mitigação das mudanças climáticas e servem de habitat para inúmeras espécies. Além disso, os manguezais atuam como barreiras naturais contra as tempestades, por isso ajudam na prevenção de inundações e estragos na costa.
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