Amda retira-se do Diálogo Florestal
Press release
Belo Horizonte, 10 de julho de 2024 – Por decisão de seus Conselhos Diretor e Consultivo, a Amda deixará de participar do Diálogo Florestal. A decisão decorreu da aprovação do PL 1366/22, de autoria do Sen. Álvaro Dias, que retirou a silvicultura do rol de atividades ambientalmente impactantes. A mudança, na prática, isenta plantios de florestas industriais de licenciamento ambiental, que dependeria da “vontade” dos Estados.
Para a entidade, a Lei é mais um retrocesso na política ambiental do país, que contempla a iniciativa privada e esquece a sociedade.
“Reconhecemos o papel do Diálogo Florestal na busca por entendimentos entre empresas florestais e a sociedade civil. Porém, a postura adotada pelo setor em defesa da Lei contraria isto. O Diálogo é um fórum constante e as empresas que dele participam, deveriam no mínimo ter proposto discutir a Lei antes da sua aprovação. Para nós isto faz parte de sua natureza”, diz Dalce Ricas, superintendente da Amda.
Ela lembra que há muito a entidade reconhece a importância dos plantios florestais para fornecimento de madeira, carvão, fabricação de celulose e de seu potencial papel de contribuir para proteção da biodiversidade e retenção de gases do efeito estufa. Mas, como qualquer atividade econômica, os plantios florestais podem ser muito impactantes.
Substituição de vegetação nativa por monocultura de árvores, longas extensões dos plantios sem interface com áreas naturais fundamentais para proteção da biodiversidade, processos erosivos decorrentes de abertura ou manutenção inadequada de estradas, planejamento incorreto do processo de colheita sob princípio de proteção da fauna, queima de combustíveis fósseis são impactos potenciais dos plantios.
Mesmo assim, a Lei foi saudada por entidades que representam empresas ambientalmente responsáveis, como grande vitória e supressão de empecilho à expansão dos plantios no país. “A Amda não concorda que o licenciamento em si seja obstáculo aos plantios. Que o processo possa ser melhorado não se discute, mas acabar com ele pode ser muito bom para quem não quer aceitar limites e obrigações na área ambiental”, diz Dalce Ricas.