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Espécie rara de borboleta é encontrada no Espírito Santo

É a primeira vez que cientistas descrevem uma fêmea da espécie.

Espécie rara de borboleta é encontrada no Espírito Santo
Petrocerus catiena foi encontrada na Reserva Kaetés (ES). Crédito: Gustavo Magnago

Com a ajuda da ciência cidadã, pesquisadores encontraram uma espécie rara de borboleta no Espírito Santo. Pesquisadores acreditavam que Petrocerus catiena ocorria somente no Rio de Janeiro, até constataram sua presença na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Kaetés, no município de Castelo, a 1.100 metros de altitude.

A pequena borboleta de asas marrons chamou a atenção de Gustavo Rodrigues Magnago, gerente da unidade de conservação. O que parecia ser um momento comum se transformou em uma descoberta notável quando Magnago compartilhou a imagem na plataforma colaborativa iNaturalist.

A localização peculiar da foto despertou o interesse de pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após inúmeras análises, eles confirmaram o ineditismo do registro capixaba. Assim, descreveram uma fêmea da espécie pela primeira vez.

“A reserva hoje vive de doações, e saber que tem essas espécies ameaçadas aqui é muito importante, porque reforça a importância da criação da reserva. Então, foi um motivo de muita alegria saber que a gente também está protegendo essa borboleta”, afirmou Magnago. 
Ameaça de extinção

Atualmente, Petrocerus catiena está classificada como “em perigo” de extinção. A distribuição restrita é um dos fatores que aumenta sua vulnerabilidade. Mas, com a descoberta, sua área de ocorrência ampliou, passando de 252 km² para quase 6 mil km².

Para os pesquisadores, os novos dados indicam a possibilidade de a espécieocorrer em outras áreas montanhosas com vegetação semelhante entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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Segundo a pesquisadora do INMA, Laura Braga, Petrocerus catiena foi descrita em 1875, por isso não é uma nova espécie. Mas, até então seus registros estavam restritos a localidades no Rio de Janeiro. Devido à distribuição geográfica muito restrita, o primeiro registro no Espírito Santo foi tão importante”, explicou a pesquisadora do

A descoberta está em artigo publicado na revista científica Journal Insect Biodiversity. Além do ineditismo, a pesquisa ressalta a importância da preservação ambiental e da colaboração entre pesquisadores e comunidades para proteção das espécies.

“É importante manter o manejo adequado das UCs onde a espécie ocorre, como a Reserva Kaetés, evitando desmatamentos, queimadas, poluição e outros impactos. E, nas localidades de ocorrência que não são protegidas, é importante a criação de novas UCs”, enfatizou Augusto Rosa, pesquisador da Unicamp.