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Fazendeiro derruba 142 pequizeiros no Norte de Minas

Fazendeiro derruba 142 pequizeiros no Norte de Minas
Crédito: Polícia Militar de Meio Ambiente/Divulgação

Um fazendeiro e ex-prefeito recebeu multa de R$85 mil por derrubar 142 pequizeiros em sua propriedade rural em Várzea da Palma, no Norte de Minas Gerais. A árvore é protegida por lei desde 2012, sendo considerada “imune ao corte”. Outras 326 árvores sem proteção especial também foram derrubadas na fazenda conhecida como Curumataí.

Após vídeos das árvores cortadas viralizarem nas redes sociais, a Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA) conduziu ação de fiscalização na propriedade e constatou o corte irregular. Ninguém foi encontrado na fazenda durante a operação, mas vizinhos apontaram o ex-prefeito de Santo Hipólito, Gilson Santiago Aranha Júnior, como o proprietário do imóvel.

Por se tratar de um crime previsto em lei federal com pena de até 2 anos de prisão, Gilson poderá ser intimado pela Justiça. A lenha resultante do desmatamento, o equivalente a 146 metros quadrados, foi apreendida, além de ter sido suspensa qualquer atividade de corte de árvores no local até a regularização pelo órgão ambiental competente.

A importância do pequi (Caryocar brasiliense)

De origem Tupi, a palavra pequi significa “pele com espinhos”, uma referência aos espinhos presentes no caroço da fruta. Sua árvore pode chegar até 10 metros de altura, podendo produzir mais de mil frutos por ano.

Seu manejo é quase exclusivamente realizado por grupos extrativistas, que os colhem, processam e vendem o fruto, o que contribui com a renda da população local e a transformação do pequi em uma joia regional.

O prato mais famoso com o fruto é o tradicional arroz com pequi. Sua polpa é rica em vitamina C, e pode ser usada em diversos preparos, como doces, licores e sorvetes. Além do valor gastronômico e cultural, estudos mais recentes destacam o potencial do pequi na geração de biocombustíveis, ampliando ainda mais a importância dessa árvore para a região.

O desmatamento de árvores nativas, como o pequizeiro, não compromete apenas a biodiversidade, como também impacta diretamente a subsistência de comunidades tradicionais.

Com informações de O Tempo.