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Ararajubas são reintroduzidas em Belém, no Pará

Ararajubas são reintroduzidas em Belém, no Pará
Crédito: Thalmus Gama/ Ag. Pará

Representante inconfundível da fauna brasileira, a ararajuba (Guaruba guarouba) voltou aos céus de Belém depois de um século extinta na capital paraense. A ave de plumagem verde e amarela é encontrada exclusivamente na região Norte do país, onde é ameaçada pelo tráfico de animais silvestres e pelo desmatamento.

O motivo que torna a ararajuba tão vistosa é o mesmo que faz dela vítima frequente do tráfico. Sobretudo no Pará, muitas aves são capturadas e mantidas como animais de estimação ou vendidas para traficantes. Em áreas com paisagens fragmentadas, a captura é ainda mais frequente.

A área de ocorrência da ararajuba já foi reduzida em aproximadamente 30% nas últimas três décadas e pode ser reduzida em mais 30% nos próximos 50 anos. A distribuição da espécie coincide com o arco do desmatamento, região entre o norte do Mato Grosso e sul do Pará, que concentra os maiores índices destruição na Amazônia.

Um projeto de reintrodução da ave, coordenador pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington, já devolveu mais de 50 ararajubas à natureza. As solturas são feitas no Parque Estadual do Utinga, uma área protegida com mais de 13 km² de extensão.

Até a soltura, as ararajubas ficam de cinco a seis meses em um recinto instalado no parque para aprenderem a reconhecer possíveis predadores e os frutos nativos, como o açaí e o murici. As aves são trazidas do viveiro da Fundação Lymington, localizada em Juquitiba, interior de São Paulo.

“O sucesso do projeto reforça a importância das Unidades de Conservação do Estado, como espaços de preservação e conservação dos ecossistemas, além de proporcionar às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional”, ressaltou a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

A ave verde e amarela

Exclusiva da Amazônia, a ararajuba habita matas de terra firme e de baixa altitude ao sul do rio Amazonas e leste do rio Madeira, na borda do Planalto Central. Além das cores, a espécie carrega outro traço típico dos brasileiros: a sociabilidade.

Seus bandos reúnem dezenas de indivíduos, onde cada um tem sua função. Ao contrário de muitas aves, a espécie permanece em grupos até no período reprodutivo. Clique aqui e saiba mais sobre a espécie.