Jovens processam governos europeus por inação climática
Seis jovens portugueses entraram com ação judicial no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) para denunciar as falhas dos 32 governos do continente em combater e mitigar os efeitos da crise climática. Os jovens, com idades entre 11 e 24 anos, movem a maior ação legal do mundo relacionada ao clima e a primeira da Corte Europeia.
No dia 27 de setembro ocorreu a primeira audiência relacionada ao caso, aberto há três anos. Os jovens não buscam por compensações financeiras, mas proteção aos eventos climáticos extremos decorrentes do aquecimento do planeta. Para eles, a inação dos governos é uma ameaça aos direitos humanos e à sobrevivência das gerações atuais e futuras.
“Os incêndios já colocaram em risco a minha vida e a vida das minhas irmãs. Os dias letivos foram perdidos por causa de uma das minhas doenças respiratórias”, disse Martim Duarte Agostinho, 20 anos, à Euronews em Estrasburgo.
Segundo a ONU, a Europa é o continente que aquece mais rápido e que mais tem sofrido os efeitos do clima extremo. Países como a Eslovênia e Itália sofreram com grandes inundações neste ano, enquanto Grécia e Portugal enfrentaram ondas de calor e incêndios florestais de grandes proporções.
Os governos alegam que os jovens precisam apresentar “provas mais concretas” sobre os danos sofridos. Também há um debate sobre a jurisdição do caso, e se o processo não deveria tramitar nos tribunais nacionais antes de ser levado à Corte Europeia.
Embora o calor e os incêndios estejam mais intensos em Portugal, os jovens argumentam que o aquecimento global não conhece fronteiras, por isso todos os países tem responsabilidades sobre seus efeitos. Também afirmam que procuraram o TEDH em busca de resultados mais efetivos.
A ação tem o apoio de famosos, como o ator Mark Ruffalo, e organizações como Youth 4 Climate Justice e Avaaz.