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Supervisores e gerentes de UCs denunciam desmonte do Sisema

Em carta enviada à direção do IEF, supervisores regionais e gerentes de unidades de conservação denunciam que órgão tem, hoje, 25% do quadro de 15 anos atrás, situação que caracteriza caos e retrocesso na proteção do meio ambiente em Minas.

Citam como exemplos, o fato de que em algumas regiões, o IEF atua através de parcerias em mais de 51%, o que é legalmente questionável por se tratar de carreira típica do Estado, com funções exclusivas.

Viveiros abandonados sem funcionários e insumos, mesmo tendo o governo anunciado reflorestamento de 3,7 milhões de hectares na COP-26 até 2.030, Centros de Triagem de Animais Silvestres/Cetas em situação semelhante, falta de computadores e internet estão entres os problemas apontados.

O documento lembra ainda, que os incêndios florestais já começaram e diversas UCs não têm veículos adequados para combate. Muitas delas estão em situação de abandono e gerentes são responsáveis pela gestão de até quatro parques ou estações ecológicas. Mesmo tendo os veículos, não há manutenção.

Controle da cadeia de carvão, fiscalização de criatórios de pássaros, paralização da cobrança de compensações minerárias e compensação ambiental do Snuc, débitos da taxa florestal, estão incluídos nas denúncias.

O Plano de Carreira do IEF foi homologado judicialmente em 2016 e até hoje não foi implantado pelo IEF, que é um órgão superavitário. Há mais de 10 anos, os governadores de Minas sequestram recursos do Sisema e os desviam para outras áreas.

Para a superintendente da Amda, as denúncias são de extrema gravidade, mas não são surpreendentes. “É um processo que vem crescendo e no governo de Romeu Zema parece estar sendo acelerado. Para os funcionários do IEF terem coragem de fazer as denúncias, arriscando-se a perseguições internas, a situação deve estar muito pior do que pensamos e sabemos”, diz ela.

Os signatários da carta “rogam” por audiência comMaria Amélia de Coni e Moura, advogada que ocupou a direção do órgão por três anos, mas pediu exoneração antes mesmo do seu recebimento para assumir a presidência do Inema – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, governado hoje por Jerônimo Rodrigues/PT.

Até a publicação desta nota, a Amda não tinha conhecimento de qual foi a reação da secretária Marília Melo às denúncias.