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Araras e micos traficados do Brasil são apreendidos no Suriname

Araras e micos traficados do Brasil são apreendidos no Suriname
Crédito: Suriname Forest Service

Sete micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia) e 29 araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari) vítimas do tráfico internacional de animais silvestres foram apreendidos pelo Serviço Florestal do Suriname. As autoridades acreditam que os animais foram ilegalmente retirados do Brasil para atenderem a criadouros e colecionadores europeus.

Os governos do Brasil e do Suriname estão discutindo as melhores formas de repatriar os animais ao país de origem. A informação é da Freeland Brasil, organização que trabalha pelo fim do tráfico de animais.

Ambas as espécies constam na lista nacional da fauna ameaçada de extinção e estão protegidas pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).

O mico-leão-dourado está restrito a remanescentes florestais severamente fragmentados da Mata Atlântica carioca. A espécie também pode ser encontrada em plantações adjacentes com bromélias. A destruição do bioma é um dos fatores de maior ameaça à espécie.

Já a arara-azul-de-lear é uma das espécies da fauna brasileira mais ameaçadas pelo tráfico de animais silvestres. A escassez de seu principal alimento, os coquinhos da palmeira licuri, também arrisca sua sobrevivência. Na ausência da planta, a ave ataca plantações de milho para subsistência, o que provoca caça por retaliação.

“A proteção de espécies endêmicas e de distribuição restrita, como a arara-azul-de-lear, é algo urgente e premente, mas precisamos entender sobretudo como esse tráfico opera, as rotas principais e como fazer para fechar essas lacunas”, ressaltou a bióloga Juliana Machado Ferreira, diretora executiva da Freeland.

O tráfico de animais silvestres movimenta altas quantias no mercado ilegal. A atividade, que coloca em risco a biodiversidade e o equilíbrio ambiental, é proibida pela Lei de Crimes Ambientais n.º 9.605/98, que prevê multa e detenção para quem infringir a regra.

Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), em média 4 milhões de animais silvestres são traficados por ano e 38 milhões são retirados ilegalmente da natureza no Brasil. A cada 10 animais traficados, apenas um chega vivo até o consumidor final.