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Hidrelétricas prejudicam rios na bacia amazônica

Hidrelétricas prejudicam rios na bacia amazônica

Pesquisa publicada pela revista científica Society for Conservation Biology mostra que a construção de hidrelétricas na Amazônia está relacionada a alterações nos regimes hídricos, na diversidade de espécies aquáticas, na contaminação das águas e no avanço do desmatamento.

O estudo analisou 343 mil quilômetros ao longo de 6 mil rios da bacia amazônica. Os autores da pesquisa ressaltaram a importância de preservar os rios de fluxo livre, essenciais para os peixes, tartarugas e botos que vivem neles. Estima-se que mais de 20 espécies estão ameaçadas por instalações de barragens em rios de longa distância.

As águas amazônicas são importantes para preservar a saúde do ecossistema aquático e têm sido perturbadas por diversos fatores, como mudanças climáticas, desmatamento, mudanças no uso do solo, urbanização desordenada, expansão de estradas e construção de barragens hidrelétricas.

A conectividade e o fluxo de água dos rios influenciam na vida de diversas espécies de água doce. Como, por exemplo, os golfinhos, tartarugas de rio e peixes de correnteza, que se alimentam e se reproduzem em cursos d’água.

A saúde das populações de botos na região é influenciada pelos pulsos de inundação e conectividade do habitat, isso porque eles se movem nos ambientes em resposta às mudanças do nível da água. Já tartarugas de água doce, como as do gênero Podocnemis, se alimentam em lagos durante as enchentes, florestas inundadas e canais.

Espécies terrestres, como onças-pintadas, capivaras, lontras e macacos, também dependem da conectividade com habitats de várzea, áreas inundadas próximas a rios e lagos. Nesses locais que os animais matam a sede, se alimentam e se refrescam do calor.

Por que as barragens são prejudiciais?

A construção de barragens pode fragmentar o habitat e interromper o fluxo de animais migratórios. É importante preservar os rios de fluxo livre para a conservação da biodiversidade e repensar a matriz energética, afirmam os autores da pesquisa.

Rios saudáveis e conectados fornecem serviços ecossistêmicos importantes. As barragens afetam não apenas as espécies migratórias, mas também a dinâmica hidrológica e a qualidade da água, impactando ampla gama de organismos de água doce.

Na bacia amazônica há muitas barragens construídas, em construção, além de outras no papel. Esses empreendimentos afetam negativamente bancos de areia e fragmenta rios importantes, impactando também populações indígenas e ribeirinhas que tem a pesca como meio de subsistência.

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