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População de onças-pintadas se recupera no Parque Nacional do Iguaçu

População de onças-pintadas se recupera no Parque Nacional do Iguaçu

A população de onças-pintadas voltou a se recuperar no Parque Nacional do Iguaçu depois de quase desaparecer da região. É o que mostra censo realizado pelos projetos Onças do Iguaçu e Yaguareté. O monitoramento contabilizou o número de animais restantes no Corredor Verde, o maior refúgio da espécie na Mata Atlântica, localizado na fronteira entre o Brasil e a Argentina.

Realizado a cada dois anos, o monitoramento mapeou 224 pontos, cobrindo uma área com mais de 582 mil hectares. O Censo de Onças-Pintadas 2022 apontou a existência média de 93 animais (entre 73 e 122) no corredor entre os dois países. Na parte brasileira, que compreende o Parque do Iguaçu, a média foi de 25 animais (entre 19 e 33).

Os resultados mostram que a população do felino estabilizou nos últimos anos, depois de enfrentar grande declínio entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000. Em 2009, restavam entre 9 e 11 onças-pintadas no Parque do Iguaçu, no Brasil, o que colocou a espécie à beira da extinção local.

Em comparação com 2005, quando a população atingiu 40 indivíduos no Corredor Verde, o número de onças mais que dobrou em aproximadamente 20 anos. Embora o aumento populacional seja uma vitória, o contingente atual ainda está muito abaixo do de décadas passadas. Entre 1990 e 1995, o Corredor Verde abrigava de 400 a 800 animais.

“É animador o fato de que, após a grande queda populacional sofrida na década de 90, a população de onças-pintadas no Corredor Verde vem se recuperando há mais de uma década, tendo dobrado entre 2005 e 2016. A partir de 2016, a população parece estar estabilizada em valores próximos a 100 animais”, afirmou Yara Barros, coordenadora executiva do Projeto Onças do Iguaçu.

De acordo com as organizações, a caça é uma das principais causas do declínio populacional. O desparecimento da queixada, uma importante fonte alimento para o felino, e a destruição dos ambientes naturais também são fatores de ameaça à espécie.

A onça-pintada depende de áreas com elevado grau de conservação, com disponibilidade de alimentos e suprimento abundante de água para sobreviver. Como as áreas naturais com estas características estão se tornando raras, devido à fragmentação, destruição e alteração do ambiente pelo homem, as onças têm cada vez menos espaço para viver.

Para a equipe do censo, a espécie depende da “continuidade das ações de conservação, que sejam mitigadas as ameaças e que seja priorizada a manutenção da integridade do que resta se seu hábitat, além de aumento da conectividade com áreas adequadas.”

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