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Paraíba ganha sua primeira unidade de conservação

Paraíba ganha sua primeira unidade de conservação
Serra do Teixeira. /Crédito: Rodrigo Staley [CC BY-SA 4.0]

O Estado da Paraíba ganhou sua primeira unidade de conservação: o Parque Nacional da Serra do Teixeira. Com área de aproximadamente 60 hectares de Caatinga, a unidade de conservação foi criada para proteger a biodiversidade local, garantir os serviços ecossistêmicos, além de fomentar o turismo ecológico e o desenvolvimento sustentável da região.

O parque abrange 12 municípios: Água Branca, Cacimba de Areia, Catingueira, Imaculada, Juru, Mãe D’água, Maturéia, Olho D’Água, Santa Teresinha, Santana dos Garrotes, São José do Bonfim e Teixeira. Entre seus atrativos estão o Pico do Jabre, o ponto mais alto da Paraíba e o terceiro do Nordeste, com 1.208 metros de altitude. A formação é um dos destinos favoritos de turistas devido a sua vista panorâmica.

Segundo o diretor substituto de Manejo e Criação de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Bernardo Brito, a criação do parque é resultado de uma série de estudos desenvolvidos com instituições ambientais do Nordeste coordenados pelo órgão, que será gestor da unidade.

Os limites do parque foram planejados considerando a proximidade com áreas de uso, como assentamentos rurais, para conciliar preservação ambiental e atividades humanas. Atualmente o país conta com 74 parques geridos pelo governo federal. Juntos, eles protegem cerca de 26 milhões de hectares. O Parque Nacional da Serra do Teixeira será o sétimo parque situado no Nordeste.

O que o parque vai proteger?

O Parque Nacional da Serra do Teixeira protegerá cerca de 70 nascentes de água , sendo 70% integrantes da bacia do rio Piranhas/Açu. A região possui pelo menos 265 espécies, das quais 24 são endêmicas da Caatinga e seis estão ameaçadas de extinção.

A unidade de conservação abriga ao menos 237 espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, muitas delas ameaçadas pela caça furtiva e destruição dos ambientes naturais. Estudos mostram que a Caatinga já perdeu 75% de seus mamíferos nos últimos 500 anos. Entre os animais emblemáticos encontrados região está o jacaré-do-papo-amarelo, que tem o parque como o último refúgio em todo o semiárido paraibano.

A importância da Caatinga

O bioma exclusivamente brasileiro estende-se por quase 850 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território do país. A Caatinga engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e norte de Minas Gerais.

Trata-se do bioma semiárido mais biodiverso do mundo, com muitas espécies endêmicas, isto é, que só ocorrem nesse ecossistema. A Caatinga desempenha papel fundamental na manutenção das características climáticas globais e é o lar de várias nascentes que fornecem água para o sertão nordestino.

O bioma também oferece serviços ecossistêmos de grande importância, como a conservação do solo e da água, além de ser fonte de matérias-primas, como frutas silvestres, forragem, fibras e plantas medicinais, vitais para o sustento das comunidades locais.

Com informações de Agência Brasil e Governo da Paraíba