Desmatamento na Amazônia cai em abril
Dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam queda do desmatamento na Amazônia. Entre janeiro a abril deste ano, 1,132,45 mil quilômetros quadrados (km²) estavam sob alerta de desmatamento na floresta, cerca de 41% menos que o valor registrado no mesmo período de 2022 (1.967,69 km²).
Apesar da redução em relação ao ano passado, o número continua próximo ao nível de 2021 (1,153,27 km²) e 2020 (1.204,15 km²). Especialistas afirmam que ainda é cedo para confirmar uma possível tendência de queda na derrubada florestal. O passivo deixado por quatro anos de governo Bolsonaro ainda está longe de ser superado.
“Recebemos os números de abril como sinal positivo, mas infelizmente ainda não podemos falar em tendência de queda de desmatamento na Amazônia. Os números estão num patamar muito alto e a temporada da seca, favorável ao desmatamento, não começou”, afirma Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima lembrou que o Deter emite sinais diários de alteração na cobertura florestal para orientar ações de fiscalização, mas não tem a finalidade de medir com precisão as áreas desmatadas. Esse trabalho é feito pelo Prodes, elaborado pelo Inpe anualmente.
Março foi um mês crítico na Amazônia
Dados de março, do Imazon, também mostram que é cedo para falar em queda do desmatamento na Amazônia. A derrubada da floresta triplicou em março, fazendo com que o primeiro trimestre de 2023 terminasse com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos.
Entre janeiro e março deste ano, a Amazonia perdeu 867 km², o equivalente a mil campos de futebol por dia, revela monitoramento por imagens de satélite do instituto. A destruição só não foi maior do que a de 2021, quando foram desmatados 1.185 km² de janeiro a março, o equivalente a aproximadamente 165 mil campos de futebol.