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Brasil abriga cerca de 500 espécies exóticas invasoras

Brasil abriga cerca de 500 espécies exóticas invasoras
Javali é a única espécie exótica invasora que pode ser caçada no Brasil.

A chegada de uma espécie predadora e altamente invasiva ao litoral brasileiro tem preocupado ambientalistas. No entanto, o peixe-leão não é o único ameaçando a biodiversidade e os ecossistemas locais: quase 500 espécies exóticas vivem em território brasileiro, apontam dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental.

Espécies exóticas são aquelas que estão fora de sua distribuição natural e foram introduzidas por seres humanos. A introdução pode ocorrer por motivos econômicos, como é o caso da tilápia, e acidentalmente, quando navios trazem espécies incrustadas nos cascos e quando animais de estimação exóticos fogem.

No Brasil há mais de 270 animais exóticos invasores e pelo menos 210 plantas, sendo algumas delas jaqueiras, amendoeiras-da-praia, casuarinas, jiboias e agaves. Essas espécies se tornaram parte das paisagens do nosso país, mas não são nativas, motivo pelo qual se espalharam sem controle.

O javali, o lagostim-vermelho e o caracol-gigante-africano são exemplos de animais invasores que já têm comércio e criação proibidos Brasil devido aos riscos que oferecem à biodiversidade local. Essas espécies tem potencial de invadir e eliminar espécies nativas, transformando a estrutura e a composição dos ecossistemas.

Isso ocorre devido a sua capacidade de assumir o lugar e excluir espécies nativas, processo que ocorre diretamente ou pela competição por recursos. O peixe-leão, citado anteriormente, é um bom exemplo disso. Ele tem destruído ecossistemas por todo o mundo e já causou danos significativos às costas dos Estados Unidos e do Caribe.

“Quando são introduzidas em um ambiente diferente daqueles em que elas ocorrem naturalmente, elas [as espécies exóticas] podem se adaptar. Quando elas se adaptam, elas se reproduzem e modificam totalmente o processo ecológico natural daquele ambiente. E quando elas se reproduzem com certo sucesso, elas se tornam dominantes”, explica o pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do projeto Ilhas do Rio Massimo Bovini.

Considerando o risco dessas espécies, o governo federal está elaborando um programa de controle de espécies exóticas invasoras. O Programa Nacional de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida tem como objetivo detectar invasões biológicas em estágio inicial e implementar protocolos de resposta rápida para aumentar a eficácia das ações de erradicação e controle.

Além de investir em programas de controle, a fundadora do Instituto Hórus, um dos parceiros do governo nessa política, Silvia Ziller, reforça a importância de investir em uma abordagem mais preventiva, de detecção das espécies quando elas começam a ser um problema.

“Aquelas que são introduzidas mais recentemente, porque ainda têm populações menores, ainda são focos pequenos. A erradicação é mais viável do que quando já tem populações muito grande estabelecidas”, afirmou a especialista.

Espécies comuns no país, mas que são invasoras:

• Mamona;
• Braquiária;
• Limoeiro;
• Café;
• Eucalipto;
• Pinheiros;
• Bambu;
• Abelha africana;
• Coral-sol;
• Javali;
• Mexilhão-dourado;
• Sagui;
• Caramujo-gigante-africano.

Com informações de Agência Brasil.