Ararinhas ganham o céu da Bahia após 20 anos de extinção
Dois anos após o retorno ao Brasil, as ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) finalmente foram devolvidas ao seu habitat natural, a caatinga baiana. No último dia 11 de junho, oito aves foram soltas no Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, em Curaçá, na Bahia, onde foi construído um centro de reintrodução e reprodução para a espécie.
As ararinhas foram soltas junto de outras araras maracanãs, já que o tamanho do grupo é um fator determinante para o sucesso da reintrodução. Elas receberão colares transmissores para monitoramento, além de anilhas e microchips.
O trabalho de reintrodução, conduzido pela ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é uma tentativa de salvar a espécie, que foi considerada extinta no Brasil durante duas décadas.
Famosa devido à animação “Rio”, a ararinha teve suas populações arrasadas pela caça furtiva e a destruição da Caatinga. O último indivíduo livre foi visto nos anos 2000, mas os esforços para conservação da espécie só tomaram forma em 2012, com a criação do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação da Ararinha-Azul.
Em 2020, um grupo de 50 aves criadas em cativeiro na Alemanha desembarcou na Bahia e, no ano passado, foi registrado o primeiro nascimento de ararinha-azul no Brasil em 30 anos . Durante a segunda fase do PAN, a expectativa é devolver a espécie a sua área de ocorrência original até 2024.
Atualmente, há 13 casais reprodutivos, dois casais não reprodutivos, 20 aves sendo preparadas para a soltura e três jovens nascidos em 2021. “No último ano, 52 animais nasceram na Alemanha, que registrava, até dezembro de 2021, 157 ararinhas-azuis. A esperança, agora, é soltar mais 20 ararinhas ainda este ano no Brasil”, informou o ICMBio.