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Novela Pantanal mostra bioma mais devastado pelo fogo

Novela Pantanal mostra bioma mais devastado pelo fogo
Crédito: Corpo de Bombeiros de MS

Trinta anos após sua estreia, a novela Pantanal volta às telas da televisão em adaptação exibida pela TV Globo. Assim como o elenco, o bioma retratado não é mais o mesmo. Imagens de satélite mostram que a maior planície úmida do planeta está mais seca e mais suscetível ao fogo. Em 2020, o bioma sofreu com o pior índice de queimadas da história, perdendo quase 30% de seu território.

Dados do projeto MapBiomas indicam que o Pantanal perdeu 29% da área coberta por água e campos alagados em três décadas. Na cheia de 1988/1989, a superfície de água era de 5,9 milhões de hectares (Mha). Em 2018, essa área diminuiu para 4,1 Mha e, em 2020, o volume foi de apenas 1,5 Mha, o menor número dos últimos 36 anos.

Embora a nova novela esteja sendo filmada no mesmo local da versão original, a bacia do Rio Negro, no Mato Grosso do Sul, o telespectador nota uma paisagem menos verde. Isso por que, de todos os biomas brasileiros, o Pantanal foi o que mais queimou nos últimos 36 anos: 57% de seu território foi queimado pelo menos uma vez no período.

Mais de 90% dos incêndios ocorreram em áreas de vegetação nativa. Regiões de vegetação campestre e savanas foram as mais afetadas, respondendo por mais de 75% do percentual queimado, apontou análise do MapBiomas.

Pior seca em 50 anos

Segundo estudo liderado pelo Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), o recorde de queimadas é resultado da pior seca que o bioma enfrenta em meio século. A região recebeu entre 50% e 60% menos chuva que o esperado e o nível de precipitação foi um dos mais baixos da história nos últimos anos.

As secas, aliadas às altas temperaturas, afetaram o funcionamento hidroclimatológico do Pantanal, diminuíram os níveis dos rios e aumentaram o risco de incêndios, afetando a população e a biodiversidade local. Para os autores da pesquisa, se as tendências atuais de gestão do clima e da terra persistirem, o Pantanal como o conhecemos deixará de existir.

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