Plástico para embalar frutas e verduras é proibido na Espanha
Até 2023, embalagens plásticas descartáveis para embalar verduras e frutas estarão proibidas na Espanha. A medida, em consonância com as diretrizes da União Europeia, foi instituída pelo Ministério da Transição Ecológica espanhol para diminuir a poluição por plástico que, segundo o governo, “ultrapassou todos os limites”.
A regra vale tanto para grandes quanto pequenos estabelecimentos e abrange embalagens de produtos com até 1,5kg. A mudança visa ampliar a compra de itens a granel, em uma tentativa de diminuir as embalagens plásticas não reutilizáveis. Além das embalagens para verduras e frutas, o decreto tenta diminuir o uso de outros tipos de descartáveis, como copos, que também estarão proibidos até 2023.
O governo espanhol ainda investe em campanhas para disponibilizar fontes de água potável em ambientes públicos, para diminuir pela metade o consumo de água engarrafada nos próximos nove anos. Pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), mostrou que a água engarrafada pode causar 1.400 vezes mais danos ambientais e ter um custo de extração até 3.500 vezes maior do que a água da torneira.
Apesar do consenso de que as medidas são benéficas, algumas instituições questionaram a capacidade de fiscalização do governo e o atraso na publicação das medidas. Julio Barea, do Greenpeace espanhol, permanece cético quanto a rapidez do governo em “cortar radicalmente o fluxo da contaminação por plástico”.
O decreto espanhol se assemelha à medida anunciada pelo governo francês, que proibirá a venda de frutas e verduras embaladas a partir de 2022. Ambos os países tentam se adequar às recomendações da União Europeia, que pretende diminuir a quantidade de plástico descartável consumida no bloco.
Campanha contra o plástico
Em 2018, viralizou na Europa a campanha “Desnuda a fruta”, na qual personalidades e pessoas anônimas pediam, nas redes sociais, a proibição de embalagens plásticas em alimentos vegetais. A campanha veio em um momento em que a poluição por plástico atingiu níveis alarmantes: “comemos plástico, bebemos plástico e respiramos plástico”, afirmou Barea.
Desde 1950, quando o uso do material se espalhou, o mundo já produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico. A cada minuto, 1 milhão de garrafas plásticas são consumidas, e 2 milhões de sacolas são usadas por dia no mundo. Todo o plástico já produzido continua intacto no planeta, uma vez que o material, inventado em meados do século XX, demora séculos para se decompor.