Massacre causa morte de 1,4 mil golfinhos nas ilhas Feroe
O registro da matança de mais de 1.400 golfinhos nas ilhas Feroe chocou o mundo nessa semana. Imagens divulgadas pela ONG Sea Shepherd mostram milhares de cetáceos cruelmente mortos durante tradicional caçada realizada no arquipélago nórdico, conhecida como “grindadrap”. A prática macabra consiste em encurralar, com o auxílio de barcos, os animais numa baía onde são mortos por pescadores a facadas.
Todos os anos, cerca de 800 golfinhos são assassinados nas ilhas Feroe, localizada no Norte do Atlântico, entre a Escócia e a Islândia. O que é defendido pelas autoridades locais como uma “forma sustentável de coletar alimentos da natureza e parte importante de sua identidade cultural” é visto por ambientalistas como um massacre bárbaro e desnecessário.
Neste ano, 1.428 golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico foram mortos, incluindo fêmeas grávidas e jovens. Possivelmente esta é a maior matança de cetáceos já registrada na história, segundo a Sea Shepherd. Embora a prática seja permitida no local, moradores e até grupos envolvidos no grindadrap denunciaram a crueldade do ato e a violação de leis que regulamentam a caçada.
Há denúncias de que muitos participantes não tinham licença exigida para a prática, portanto não dispunham de treinamento para matar de forma menos dolorosa. As imagens também mostram que muitos golfinhos foram atropelados por barcos a motor e cortados por hélices, o que causou uma morte lenta e excruciante aos animais.
“É ultrajante que essa caçada ocorra em 2021 em uma comunidade insular europeia muito rica, a apenas 230 milhas do Reino Unido, sem necessidade ou uso para uma quantidade tão grande de carne contaminada”, destacou Rob Read, diretora operacional da Sea Shepherd no Reino Unido.