Investigado, Salles pode ser substituído por integrante do governo Zema

Alvo de operação que investiga exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e Europa e facilitação do desmatamento na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pode ser substituído por Antônio Claret de Oliveira Júnior, atual diretor da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG).
O integrante da equipe de Romeu Zema foi sondado há cerca de um mês, para comandar a pasta ambiental, segundo o site Antagonista. Claret Jr. já deu sinal do que pensa sobre meio ambiente. Durante painel do Movimento Brasil Livre (MBL) no congresso, em 2019, chamou a ativista ambiental Greta Thunberg, com 16 anos, de “anã de 40 anos, infeliz, à beira de um suicídio, fingindo que é uma criança”. Sobre o discurso da ambientalista na Cúpula do Clima da ONU, realizada no mesmo ano, disse que foi tudo um “saco”.
Em 2019, Bolsonaro chamou Greta de pirralha, após a jovem chamar a atenção do mundo para as demandas urgentes do meio ambiente e criticar o governo brasileiro pela postura em relação aos índios. Ele disse ainda que é absurdo a imprensa dar espaço à ativista.
Claret Jr. ocupou, durante cerca de três meses, o cargo de sub-secretário de fiscalização ambiental na Semad e conforme um funcionário que não quis se identificar “não deixou saudade”.
Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, seria ingenuidade acreditar que Bolsonaro substituiria Ricardo Sales por alguém com capacidade técnica e comprometimento com a proteção do meio ambiente. “O desafio de Bolsonaro é encontrar outro Ricardo Sales, afinado com o ódio que demonstra pela natureza e capaz de continuar ‘passando a boiada’. Mudanças, esperanças, só a partir do dia 1º de janeiro de 2023”.