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Fundação Renova repassa ao IEF R$ 93 milhões para investimentos no Parque Estadual do Rio Doce
Press release
Belo Horizonte, 16 de dezembro – No dia 12 de novembro, a Amda enviou ofício à secretária de Meio Ambiente, Marília Melo, solicitando que o Plano de Trabalho para aplicação de R$ 93 milhões repassados pela Fundação Renova ao IEF, seja discutido na Câmara de Proteção da Biodiversidade do Copam e no Conselho Consultivo do Parque Estadual do Rio Doce (Perd). A entidade apurou que o Plano foi elaborado pela Renova e IEF e já pode estar sendo executado. Até o momento, a Semad não se manifestou.
O Perd é a maior área de Mata Atlântica protegida como unidade de conservação estadual em Minas Gerais. Seus 36.800 hectares e suas 44 lagoas abrigam espécies raras do bioma, seriamente ameaçadas por caça, expansão urbana, agropecuária e isolamento ambiental. Pesquisa coordenada pela professora Sônia Carvalho, da UFMG, constatou que 80% dos moradores em sua zona de amortecimento não sabem de sua existência e não o conhecem.
A pesquisa inclui oficinas com comunidades e gerou informações valiosas sobre as atividades econômicas, ameaças ao parque e expectativa dos moradores. Mas não foi considerada pela Renova e IEF na formulação do Plano.
“O Estado, via Semad/IEF e outros órgãos da administração pública julgam-se donos do parque e dos recursos. Mas ele é um bem público de inestimável valor e a sociedade tem direito e dever constitucional de participar de sua gestão. A falta de transparência quanto ao destino da montanha de dinheiro que está sendo repassada pela Fundação Renova é uma vergonha para Minas”, afirma Dalce Ricas, superintendente da Amda.
Para ela, só o gosto pelo poder, explica o autoritarismo do governo, pois a validação do Plano pelo Copam e Conselho, com ou sem modificações, só trará benefícios ao Parque. Questionada, a Fundação Renova dispôs-se a apresentar o Plano de Trabalho.
“Não duvidamos de que esteja muito bem feito, mas queremos ter certeza de que os recursos contemplarão criação e implantação de corredores ecológicos, melhoria na fiscalização, envolvimento de comunidades de sua zona de amortecimento, estímulo a atividades produtivas de baixo impacto e planejamento territorial para contenção e disciplinamento de atividades econômicas, como expansão urbana, agropecuária, implantação de indústrias, mineração e outras”, reafirma Dalce.